Eterno astro do Jiu-Jitsu mundial, o carismático Fernando Tererê é conhecido por seu volume de jogo e por suas sorrateiras quedas. Após vencer inúmeros mundiais e conseguir, com suas poderosas derrubadas, levar ao solo adversários maiores e mais pesados, Tererê virou referência no jogo por cima.
GRACIEMAG conversou com o ídolo do Jiu-Jitsu e trouxe para você algumas dicas da fera para melhorar o seu jogo em pé. Confira!
GRACIEMAG: Tererê, qual a melhor maneira de aprimorar o jogo de quedas no Jiu-Jitsu?
Fernando Tererê: Acho que não tem nada mais importante do que a repetição. O jogo em pé tem que ser natural para o lutador, não pode ser algo pensado. Tem que botar o treino em pé para forçar a repetição, é assim que você grava a queda. Outro detalhe importante é treinar bastante a queda com o companheiro parado, para só depois treinar ela em movimento ou em situação real de luta.
Qual a melhor queda para começar a treinar a repetição das derrubadas?
O tomoe nage é ótimo. Você pode treinar esta com a segurança de errar. A intenção da queda, ao puxar e botar o pé na virilha do adversário, é jogar ele para trás. Mas, se você errar, o oponente cai na sua guarda.
E qual é a técnica do judô que melhor se adapta ao Jiu-Jitsu?
Vai de cada atleta. Eu, no caso, gosto de fazer o morote seoi nage com uma pegada firme e dominante na gola do adversário, para que ele não consiga pegar as minhas costas. Só a pegada no braço me deixa muito vulnerável.
Outra queda que eu adaptei pro Jiu-Jitsu e ficou famosa foi a “Safada”, que existe no judô mas eu mudei a pegada do braço. Ao invés de segurar embaixo da axila para botar o pé e empurrar, eu uso meu anti-braço para jogar o quadril do adversário contra minha perna, e manter ele afastado. (Veja com detalhes).
Qual a dica final do Tererê para o atleta ficar muito bom no jogo em pé?
Se a dificuldade for no jogo em pé, não procure jogar por baixo. Vá de encontro à dificuldade. Treine mais em pé. Essa é a diferença do lutador normal para o competidor que vence nos campeonatos. É estar bom em todos as partes. Tem que estar completo e sempre pronto para tudo que possa acontecer.