Alan “Finfou” do Nascimento (Checkmat) fez barulho no Reino Unido, no último fim de semana. Pelo London Open de Jiu-Jitsu, Finfou papou três medalhas de ouro e uma de prata ao vencer no torneio com e sem kimono da IBJJF.
Com kimono, ele venceu o meio-pesado e foi vice no absoluto, após ser finalizado no triângulo por Max Carvalho. Já sem kimono, o carioca triunfou no peso e no absoluto fazendo 7 a 0 no mesmo Max, na final.
Em papo com GRACIEMAG, o craque do morro do Cantagalo relembrou os feitos no London Open, analisou o Jiu-Jitsu e os triângulos de Alexander Gustafsson, com quem anda treinando na Suécia, e muito mais.
GRACIEMAG: Qual foi o saldo das batalhas em Londres, Finfou?
ALAN FINFOU: Venci o meio-pesado e fiquei com a prata com kimono. No outro dia, domingo, venci categoria e absoluto sem kimono do London Open. Acho que sem kimono eu me sinto mais livre, consigo me movimentar mais e colocar mais giro quando preciso imprimir o ritmo na luta. Antes eu não gostava muito de treinar sem kimono, mas depois que comecei a trabalhar com os lutadores suecos de MMA, comecei a gostar mais e mais do treino sem kimono. Hoje me sinto bem confiante para competir.
Como são os treinos com o Alexander Gustafsson, astro do UFC no meio-pesado?
O Alex é um treino muito bom sem kimono. Os treinos com ele somaram bastante para a minha preparação para o London Open, com e sem kimono. Aqui na Suécia tenho muito bons lutadores de MMA, os caras são realmente bons sem kimono, como é o caso de Reza Madadi, Alexander Gustafsson, Bruno Carvalho, Diego Gonzales, Nico Masuke, Papi Abedi, Robson Barbosa, Ilir Latifi, Jonatan Westin e Niclas Bäckström. Esses são os caras bons de chão que treinam aqui comigo. Mas tenho de revelar algo: os triângulos do Alex são muito difíceis de escapar, já vi muita gente bater ali [risos].
Você enfrentou o Max Carvalho quatro vezes no torneio. Como foram as pelejas?
As lutas com o Max são sempre uma guerra e dessa vez guerreamos quatro vezes em dois dias. Venci na categoria com kimono por 2 a 0. Depois, sem kimono, eu estava vencendo o peso novamente por 2 a 0, mas ele fez um movimento ilegal e foi desclassificado. Já no absoluto de kimono, Max me finalizou com um triângulo que nem vi de onde veio [risos]. No aberto sem kimono, venci por 7 a 0. Consegui botá-lo para baixo duas vezes e passar a guarda.
Qual foi a sensação após competir no London Open de Jiu-Jitsu?
Sensação de missão cumprida. Aprendi que quanto mais eu treino mais descubro que preciso treinar mais. Sou faixa-preta há um tempo, mas quando me coloco em preparação para competições tenho mente de faixa-branca iniciante. Quanto mais eu treino de mais informações necessito. Nos meus pensamentos não existe limites no Jiu-Jitsu, afinal aprendizado nunca é demais. E digo mais. Se até os diamantes, que são lindos e caros, vêm da lama, por que não seria possível alguém ter sucesso positivo vindo da dificuldade? Venho da favela, do Cantagalo no Rio, e adversidades na vida todos nós temos e teremos. O que faz diferença é o tamanho dos seus sonhos e o quanto você quer realmente alcançá-los!