Próximo de fazer sua 20° luta pelo Ultimate, Gleison Tibau, atleta do UFC desde 2006, tem motivos de sobra para ter na sua experiente carreira a possibilidade de começar a buscar seu caminho até o cinturão. Ele, que treinou muito seu Jiu-Jitsu no início da carreira, voltou a essência do pano para traçar seu rumo até o topo dos pesos leves do UFC.
Após uma sessão de treinos físicos nas areias da praia do recreio, no Rio de Janeiro, Tibau bateu um papo com GRACIEMAG sobre o seu início no Ultimate, sobre Jamie Varner, seu adversario no UFC 164, no dia 31 de agosto, e sobre o corte e ganho de peso. Confira!
GRACIEMAG.com: Você, que está próximo da 20° luta no UFC, ainda lembra bem da sua estréia no Ultimate? Como foi sua chegada na organização?
Gleison Tibau: Eu morava em Natal, e lutei no Meca e outros eventos grandes no Brasil. Fiquei sem lutar por oito meses, por não ter adversários. Aí fui para a ATT lá nos EUA, para buscar uma projeção internacional, e em um mês tive a chance de estrear no UFC, na divisão de meio-médios, substituindo um adversário machucado que enfrentaria o Nick Diaz. Perdi, mas o Ultimate gostou da minha apresentação, voltei pra minha categoria e comecei a minha trajetória no UFC.
Falando de peso, como o Gleison faz o trabalho de corte e recuperação? Você tem uma receita especial para baixar e recuperar tanto de um dia para o outro?
Eu acho que o mais importante não é só recuperar, mas recuperar bem para render bem no combate. O corte de peso é sempre regrado, e é importante não ter lesão, para não precisar tomar medicação e complicar na dieta. Eu perco 15kg para pesar e ganho 10, 11kg de um dia para o outro. Até a minha recuperação tem que ser regrada. Se eu quiser recuperar com força total, eu ganho de 15 a 16 kg de um dia para o outro. Eu faço dieta até na recuperação.
Então quer dizer que você tem que frear a sua recuperação? Como assim?
A minha genética me ajuda bastante. Eu faço dieta depois da pesagem para não ganhar muito peso mesmo. Ganhando 10kg eu entro melhor no cage, mais leve e disposto. Quando eu ganhei 16kg, eu me senti pesado e fiquei sem gás na luta. Eu recupero menos, e me sinto 100% no dia do combate.
Para você, qual o aspecto mais importante do Jiu-Jitsu para um lutador de MMA?
O Jiu-Jitsu foi uma parte muito importante da minha vida. Eu treinei muito tempo sem kimono, e senti que estava perdendo a essência do pano no meu jogo. Por isso, para a última luta que eu fiz, contra o John Cholish, eu treinei muito de kimono, e senti uma evolução enorme. Acho que todos os atletas do MMA devem treinar de pano, é muito importante. Treinei muito de pano, ajustei meu jogo, e consegui finalizar. Acho que os grandes lutadores não podem deixar o kimono de lado. A disciplina do kimono educa muito, e te dá aquela sede de aprender mais todos os dias. Ele te implica a refinar sua técnica e aprender a treinar os detalhes. Nenhuma outra modalidade te dá isso.
O que você analisa do Jamie Varner e o que essa luta pode te proporcionar em termos de projeção no Ultimate?
O Varner tem boa pressão, tem wrestilng bom, e é bom no boxe. É muito forte fisicamente, mas analisei algumas lutas dele e percebi que ele erra no Jiu-Jitsu. Ele já foi finalizado algumas vezes. Então vou treinar bastante o meu chão e vou trabalhar para buscar a finalização nessa luta. Acho que uma vitória sobre ele vai me projetar entre os dez da categoria. Ele foi campeão do WEC e só lutou com tops da categoria. Fazendo uma luta boa com ele, vou lançar meu caminho até o título. Estou focado nisso agora. Agora eu tracei essa meta e treino todos os dias pensando no cinturão.
UFC 164
Milwaukee, EUA
31 de agosto de 2013
Ben Henderson x TJ Grant
Frank Mir x Josh Barnett
Chad Mendes x Clay Guida
Erik Koch x Dustin Poirier
Ben Rothwell x Brandon Vera
Gleison Tibau x Jamie Varner
Chico Camus x Kyung Ho Kang
Soa Palelei x Nikita Krylov
Louis Gaudinot x Tim Elliott
Derek Brunson x Yoel Romero
Jared Hamman x Magnus Cedenblad
Pascal Krauss x Hyun Gyu Lim