De olho na superluta do ADCC contra Gordon Ryan, Felipe “Preguiça” Pena teve atuação de gala no Honor Submission Challenge, disputado em Cagliari, na Itália. O craque mineiro sagrou-se o vencedor na categoria até 99kg ao finalizar suas duas lutas.
O lutador formado na Gracie Barra embolsou o prêmio de 10 mil dólares (cerca de R$ 53 mil) pela conquista. Liderados por Melqui Galvão, as feras Fabricio Andrey, Mica Galvão e Luiz Paulo também triunfaram em suas respectivas divisões.
Preguiça não deu chances ao italiano Manuel Pilato na semifinal e precisou de pouco mais de três minutos para conseguir a vitória. Após quedar o adversário no armdrag, Felipe trabalhou com tranquilidade na meia-guarda e impôs bastante pressão. Pilato, ao tentar se desvencilhar do brasileiro, deu brechas e Preguiça fez uma rápida transição para as costas. Foi o começo do fim. Logo em seguida, o brasileiro encaixou um mata-leão e forçou a desistência do italiano.
Felipe teve uma longa batalha contra o veterano Vagner Rocha na final da categoria até 99kg. Preguiça tomou a iniciativa e puxou para a guarda nos segundos iniciais. Mesmo por baixo, foi superior nas ações e conseguiu uma bela raspagem após tentar um ataque na chave de pé. Sem êxito no ataque, Pena aplicou um double-leg para reverter a posição. No entanto, Vagner deu o troco e raspou o rival. Entre provocações sadias e risadas dos lutadores, o combate se desenrolou nos 15 minutos.
Na maior parte do tempo por baixo, Preguiça foi superior, atacou a todo momento e buscou finalizações. Vagner, contudo, fez um bom trabalho na defesa e conteve o ímpeto do brasileiro. No tempo extra, cada lutador tinha três minutos para conseguir a finalização nas costas, onde a luta começava.
Como Vagner falhara em sua tentativa, Felipe Preguiça, com direito a um cross-face fulminante, finalizou no mata-leão, para garantir o título.
Um dos nomes mais promissores da nova geração, o “Hokage” Fabricio Andrey teve performance irretocável no Honor Submission. O brasileiro teve pela frente o faixa-marrom Jack Sean na semifinal e não tomou conhecimento do americano.
Na melhor versão “Hokage”, o atleta da Fight Sports conseguiu passar a guarda de Jack com apenas sete segundos de combate e emendou um ataque no triângulo de mão.
Valente, Sear sobreviveu ao ataque do oponente. Fabricio ditou o ritmo da luta e dominou o duelo. Numa das diversas vezes que conseguiu passar a guarda do americano, o faixa-preta estabilizou a posição e encaixou um triângulo da montada na sequência. Depois de resistir bravamente por mais de um minuto, Jack Sear sucumbiu à pressão de Fabrício e deu os tradicionais três tapinhas para encerrar o embate.
O roteiro da final escrito por Fabricio Andrey foi mais curto. Todavia, não careceu de capricho. Com menos de dois minutos de ação, ele encaixou um belo armlock em Alessio Sacchetti enquanto passava a guarda e sagrou-se campeão na categoria até 70kg.
O não menos craque Mica Galvão foi outro lutador que triunfou no evento. Atleta mais jovem a se tornar campeão mundial na faixa-preta, Mica arriscou um armlock voador nos instantes iniciais e quase finalizou Jack Tyley. O americano resistiu, mas não conteve o brasileiro. Faminto pela vitória, Mica conseguiu uma raspagem na guarda fechada e caiu montado. A partir daí foi apenas questão de tempo para o fenômeno conseguir a finalização. Logo em seguida, o prodígio pegou as costas e estrangulou Jack no mata-leão.
Mica impressionou na final da divisão até 77kg. Não somente pela qualidade, mas pela naturalidade para conquistar posições de domínio sobre Jed Hue. Com cerca de um minuto e meio de luta, o jovem conseguiu passar e guarda e depois montou. Hue não se entregou e afastou o brasileiro. Rapidamente, Mica voltou para a meia-guarda e montou. Jed tentou escapar e girou. Neste exato momento, Galvão acompanhou o movimento e encaixou um triângulo invertido para levar o cinturão para Manaus.
Atleta da Fight Sports e um dos pupilos do clã liderado por Melqui Galvão, Luiz Paulo derrotou Liam Alpang na superluta do Honor Submission Challenge. O brasileiro, que lutou com a camisa usada pela equipe americana no Polaris 20, finalizou o rival com um armlock na reta final do duelo para levar a vitória.
Com a vitória de Luiz, os prodígios da Fight Sports deixaram a cidade italiana invictos e deram um belo cartão de visitas para o ADCC.