O Jiu-Jitsu e o surfe têm uma parceria longeva, que começou a ganhar fama na década de 1970, com o mitológico Rolls Gracie, filho de Carlos. Desde então, a convergência flui com naturalidade. Diversos campeões da arte suave se aventuram nos mares, caso do hexacampeão mundial absoluto Marcus Buchecha, assim como muitos surfistas vestiram o kimono, como o americano Kelly Slater, recordistas de títulos no surfe profissional.
Nesta semana, o craque Carlos Burle, caçador de ondas grandes, foi condecorado com a faixa-roxa pelas mãos do professor Vitor Terra, nosso GMI à frente da escola Gracie Terra. Burle, de 55 anos e 67kg de pura tenacidade, encontrou no Jiu-Jitsu o esperto perfeito para afiar o corpo e a mente. Ele estava na faixa-azul desde 2020 e foi graduado após dedicar-se assiduamente à modalidade.
“Assim como nos tatames, no mar a gente aprende muito sobre medo e respeito. No meu início no surfe, vi muito valente que não mostrava a mesma bravura quando o mar subia.”, recordou Carlos Burle.
“Comecei em 2018 por pilha do Eraldo Gueiros e dos amigos, e encontrei na Gracie Terra um ambiente perfeito e cheio de camaradagem para afiar a defesa pessoal e testar minhas técnicas com quem sabe. Quando não estou no Havaí e Portugal gravando para o Canal Off, estou aqui treinando. Vejo o sol nascer, venho rolar e depois parto para as reuniões bem leves. O Jiu-Jitsu para mim é tão importante e benéfico que a primeira coisa que fiz foi botar meu filho, hoje com 13 anos, para treinar”, comentou o novo faixa-roxa.
O surfista também acredita que os valores e as lições do Jiu-Jitsu são ótimos para serem aplicados para melhorar seu desempenho nas ondas grandes.
“Em cada instante dos treininhos, nossa cabeça e nosso corpo estão a aprender a lição fundamental para os surfistas, e para qualquer um na verdade: que uma simples manobra errada pode acabar com tudo”, ensinou Burle.