Rogério “Minotouro” Nogueira provavelmente vai encerrar sua carreira sem um cinto do Pride, um cinturão do UFC ou uma medalha dourada no boxe. Mas seu legado como atleta marcial está mais do que garantido, por sua postura de faixa-preta de Jiu-Jitsu e iniciativas como a desta quinta-feira, dia 4, quando divide seu carisma e lições com miúdos de futuro.
Minotouro vai ministrar uma palestra para os alunos do Clube O’Surfe, no Recreio, Rio de Janeiro, com o tema “Formando futuros campeões”. A ideia é ilustrar e mostrar a importância do esporte para o desenvolvimento das crianças e jovens promovendo, também, a integração social deste público. De acordo com Berto Filho, vice-presidente do clube que recebe o lutador, esta ação só enriquece o conhecimento dos alunos, principalmente os que estão em situação de risco de maior gravidade.
“A presença de um atleta tão brilhante como Rogério abre uma cooperação que pode ir muito mais longe, na direção de uma integração completa entre surfe e o boxe , valorizando os projetos sociais desenvolvidos pelo nosso Clube com a Fundação Irmãos Nogueira, ambos interligados pelo Projeto Rio em Forma, concebido pela Prefeitura do Rio”. A Fundação Irmãos Nogueira nasceu em 2008 com intuito de formar campeões no boxe olímpico e no Jiu-Jitsu esportivo, após visita dos irmãos Nogueira a Cuba, um ano antes.
“Estive com meu irmão (Rodrigo) em Cuba para competirmos e percebemos que lá as crianças começam cedo no esporte, principalmente no boxe. Com apenas 12 anos elas já tinham um cartel de 70 lutas. Então, a ideia é formar campeões desde cedo para que aos 17 anos nossos atletas ingressem na Seleção Brasileira, e já com experiência nos ringues”, lembrou Rogério.
Além dos irmãos Nogueira, o projeto social contou com o apoio de outro campeão, o boxeador Kelson Pinto (medalha de prata nos jogos Pan-Americanos de Winnipeg-1999) que foi professor durante três anos.
De acordo com Rogério Minotouro, a intenção do projeto é fazer o bem e transformar a vida dessas crianças que muitas vezes acabam se perdendo para a marginalidade. “Foi notado pelos pais que o comportamento dos seus filhos mudou para melhor, eles melhoram na escola, ficaram mais concentrados e ainda mais obedientes em casa também”, disse Minotouro.
“A meta é formar atletas que se destacam no boxe e no Jiu-Jtsu, já fizemos um vice-campeão paulista e um vice brasileiro. O mais importante é saber que estamos fazendo nossa parte para incentivar essas crianças a terem um futuro melhor, além de ajudar o pessoal da comunidade, e incentivá-los se espelhando nos nossos atletas profissionais. E a dedicação está maior para fazer um trabalho ainda mais sério, pois o esporte está crescendo e queremos levá-los aos pódios”, concluiu Rogério.