O mineiro Bernardo Faria iniciou bem a temporada 2013, conquistando o absoluto do Europeu com o amigo Léo Nogueira, em janeiro. E ainda viu seu nome disparar no ranking da IBJJF. No Pan, no entanto, caiu no absoluto para o eventual campeão Marcus Buchecha e ainda machucou a costela. Agora, após uma temporada em Nova York, o atleta da Alliance sabe que o Mundial será o fiel da balança entre um ano épico e uma temporada ruim.
O peso superpesado, a caminho de Los Angeles, falou com GRACIEMAG sobre a preparação para o evento mais importante da temporada, e analisou o que aprendeu com Marcelo Garcia na Alliance em Manhattan. “Aprendi sobre tática e arrocho nas costas”, resume ele, no papo a seguir.
GRACIEMAG: Tudo certo com a costela, recuperado e a ponto de bala, Bernardo?
BERNARDO FARIA: Estou 100% preparado. Estou treinando há 13 anos para este Mundial, e vou dar tudo de mim. Vai ter muita meia-guarda e ataque pelas costas com certeza. Meu jogo por baixo é bem baseado na meia-guarda, não vou fugir da meia, mas tenho outras opções também que venho treinando bastante e espero ver funcionar. Hoje, se eu tiver a chance de ir para as costas vou aproveitar as oportunidades. Aqui com o Marcelinho em NY tenho tentado aperfeiçoar bastante os ataques pelas costas.
Quanto tempo você parou devido à lesão no Pan?
Fiquei umas três ou quatro semanas sem treinar depois do Pan, mas não foi um tempo perdido. Porque mesmo assim eu ia à academia todos os dias e ficava assistindo a todas as aulas do Marcelinho (Garcia). Com isso me mantive com a cabeça focada no meu objetivo, que é o ouro no Mundial.
O que aprendeu de principal com o Marcelinho Garcia?
Fiz todo meu treino com o Marcelinho, aqui em Nova York. Estou me sentindo preparado, feliz e pronto para lutar. Estar do lado do Marcelinho tem sido muito legal para mim. Nesses meus 13 anos de Jiu-Jitsu, ele é o atleta mais impressionante que já conheci. Treinar com ele me motivou bastante para esse Mundial e a academia dele está com um nível muito alto, com uma galera muito boa. Além disso ainda tem todas as visitas que apareceram para treinar aqui com a gente. Deu para treinar muito forte. Tecnicamente, ele me ensinou bastante sobre estratégias de luta e ataque das costas. De quebra, aprendi bastante coisa sem kimono também. Acho que todas as pessoas deveriam se possível dar um treino com ele, para entender do que estou falando. É muito bom estar do lado de uma pessoa que saiu do interior de Minas, e com treino, suor e sacrifício se tornou o atleta com o currículo mais impressionante do Jiu-Jitsu. E continua a mesma pessoa, humilde, simples e amigo.
Treinou com ele alguma surpresa para superar seu velho rival Rodolfo Vieira, no Mundial?
Procuro não pensar em ninguém especificamente. Penso em ser campeão independente de contra quem eu vá lutar. Se lutar com ele será somente no absoluto, e lá tem tanta gente boa que não dá para saber se vamos nos encontrar. Posso perder antes ou ele pode perder antes, por isso prefiro não pensar em ninguém. Quando saírem as chaves, a partir desse ponto começo a pensar em cada oponente individualmente e traçar as estratégias de cada luta.