João Assis (CheckMat) não deu chances aos adversários no Grapplers Quest do último sábado, realizado durante a UFC Fan Expo.
GRACIEMAG.com bateu um papo com o faixa-preta de Léo Vieira, que vive há dois anos nos Estados Unidos, onde dá aulas na Team Quest e treina o astro Dan Henderson. João já adianta que não vai lutar o absoluto no Mundial em Long Beach, mas quer aprontar entre os pesados.
João com a filhota no topo do pódio. Foto: Divulgação.
Como foi o Grapplers Quest durante a UFC Fan Expo?
Tinha bastante gente competindo na faixa-preta. No peso pesado foram somente duas lutas, ganhei as duas – não tinha ninguém de nome não. Mas no absoluto tinha somente Ricco Rodriguez, Jeff Monson e Bill Cooper! Então posso dizer que fácil não estava.
Graças a Deus eu finalizei quatro das minhas cinco lutas. As lutas no Grapplers Quest são rápidas, muitas regras são diferentes dos campeonatos da IBJJF. Vale chave de calcanhar, então nego vai muito na “botinha”, e quando você defende ele vai direto no calcanhar. E o tempo é de seis minutos.
Vencer um torneio assim é perfeito para chamar aluno para a academia” João Assis
Como foi a luta contra Bill Cooper?
Boa, acredito que meu wrestling foi fundamental também. Por treinar no Team Quest, tenho treinado com grandes campeões – tem campeão estadual, medalhista olímpico, campeão nacional, mundial. Isso me dá uma boa base. Bill Cooper é muito explosivo, a maior qualidade dele talvez seja a explosão, então no começo da luta fiquei só estudando o jogo dele, para ver o que ele iria tentar. Ele tentou aquelas guilhotinas que ele dá, voando na cabeca, e tentando as quedinhas. Quando senti que abriu um espaço, botei para baixo e caí na meia-guarda. Ele tentou fazer posição e já caí do lado e peguei as costas, e ali fiquei quase a luta toda. Ele tentou sair uma hora, tirou meu gancho mas coloquei de volta e aí fiz mais quatro pontos, 10 a 0.
E o mata-leão em cima de Jeff Monson?
Foi show, o Jeff não fez nada… Fintou uma queda ou outra, mas eu já entrei direto e botei para baixo. Ele tentou levantar mas não conseguiu, e chamou para a meia. Mas na CheckMat tem meia-guarda todo dia, então fiquei tranquilo, confortável. Assim que deu eu passei, ele virou de quatro e peguei as costas. Com três minutos de luta eu finalizei no mata-leão. Foi da hora.
Vai no absoluto no Mundial, neste fim de semana?
No Mundial vou lutar só na categoria pesado. Tem muita gente da equipe e só tem lugar para dois no absoluto, e eu não sou faixa-preta dos mais antigos. Vai ser o [Rodrigo] Cavaca e mais um, provavelmente. Também não estou tão treinado com kimono.
Werdum é um monstro. Se Fedor piscar, Werdum leva” João Assis
Como está a vida no Team Quest?
Estou treinando muito MMA e wrestling focado para o MMA. E também treino muay thai voltado para MMA no CT da Affliction. Lá no Team Quest é como em qualquer lugar, treino bom mesmo é quando o Dan Henderson se prepara para lutar, pois aí estão todos lá, e mais a galera de fora que o Dan chama.
O astral é maneiríssimo, e tenho um carinho especial pela academia, porque foram eles que fizeram tudo por mim nos EStados Unidos. Os caras tiraram meu visto, deram meu carro, ajudaram com minha casa.
E tem o wrestling de alto nível. Às vezes o segredo não é somente botar para baixo, muitas vezes o bom é não cair, defender bem a queda. E hoje meu tempo de sprawl está em dia.
Como estão os treinos com o Werdum para a luta dele com Fedor no Strikeforce, em 26 de junho?
Werdum é um cavalo, faz jus ao apelido. Se o Fedor piscar, o Werdum leva. Estamos treinando também com Rafael Cordeiro, um cara que fez várias lendas do MMA, Anderson Silva, Wanderlei, Pelé, Shogun. Tenho treinado com eles uma vez por semana, por causa da distância. Meu jogo continua todo voltado para o Jiu-Jitsu, mas tenho acrescentado muita coisa boa.
O que planeja para o seu futuro?
Tenho uma luta de MMA uma semana depois do Mundial, e por isso não estou treinando tanto de kimono como deveria. Hoje tenho família e aluguel para pagar, então tenho de focar em onde está o dinheiro.