Aluno prodígio do professor Zé Radiola, Lucas Rocha é uma das apostas da Gracie Barra nas competições. O lutador já venceu três vezes no Mundial de Jiu-Jitsu, duas na faixa-azul e uma na roxa. No dia 27 de janeiro, no quartel general da equipe nos Estados Unidos, Lucas foi promovido de surpresa à marrom numa cerimônia emocionante. Confira o bate-papo com a revelação:
Lucas, você recebeu a faixa-marrom de uma maneira diferente. Como foi?
Foi um prazer ter a presença do Marcio Feitosa e receber das mãos dele a faixa. Mas também fiquei muito feliz, porque o meu professor e tio, Zé Radiola, estava vendo toda a cerimônia pela internet e podíamos trocar informações. Ficamos conversando eu, ele, o Marcio e o Carlinhos Gracie também, o que foi uma honra, muito bonito. Antes de o Márcio trocar a faixa, o tio Zé Radiola começou a falar algumas coisas das nossas historias, da nossa perseverança e das nossas dificuldades. Com isso os olhos já encheram de lágrimas, mas conseguimos segurar o chororô! A presença do Carlinhos também foi muito especial, porque ele, mesmo pelo telefone, passou uma energia muito boa e falou muitas frases que abriram meus olhos, me deixaram bem empolgado com o futuro e muito feliz também por fazer parte da Gracie Barra. (veja tudo em vídeo, logo abaixo)
Agora, o que muda para você?
Na faixa-marrom não vejo tanta mudança. Sempre treinei com os faixas-pretas lá no Brasil e agora, aqui nos EUA, também tenho essa oportunidade. Mudam algumas regras (passa a ser válido chave americana de pé e leglock), mas o Zé Radiola sempre me alertou muito quanto às chaves de pé. Quanto ao tempo de luta (vai de 7min para 8min), como falei, sempre treino com faixas-pretas e o rola é de 10min.
Você está nos EUA e se atualiza sobre o sistema Gracie Barra Escolas Premium. O que acha desse sistema adotado pela equipe?
Há semelhanças com o que era feito há muitos anos, mas, em alguns quesitos, algo foi perdido durante o tempo que esse sistema recuperou, além de muitas novidades, é claro. Acho que, dessa forma, o treino passa a ser bem técnico e bem dinâmico. O tempo das aulas ficou bem dividido e podemos aproveitar o máximo no tatame com técnicas e práticas! O bom também são os currículos semanais, já que todos os alunos repetem bastante as posições e, assim, conseguem assimilar todos os detalhes. Isso que é o mais importante na evolução. Na minha opinião, o detalhe é o que faz toda a diferença.
Você está acompanhando esse sistema aí nos EUA. Como Analisa o resultado?
Bom, podemos ver dois pontos: o das academias e o dos campeonatos. Nas academias vemos que é um sucesso, já que todas as Gracie Barra estão lotadas de alunos, um ótimo sinal. Prova que está sendo bem feito e bem aceito pelos alunos. E nos campeonatos podemos ver que a equipe faz um ótimo trabalho, em pouco tempo que adotamos essa metodologia. Estamos formando uma nova safra de atletas aqui nos Estados Unidos. Quando a grande parte dos brasileiros mais antigos e essa nova geração estiverem juntas, acredito que vai ficar muito mais difícil segurar a gente!
Como vê o crescimento do Jiu-Jitsu nos EUA?
Ótimo. Se compararmos o primeiro Mundial feito aqui, em 2007, e o ultimo, agora em 2009, podemos ver uma mudança tremenda. Isso em apenas três anos. Daqui para frente, acho que o Jiu-Jitsu ainda vai crescer muito aqui.
Quais são as metas na carreira agora?
Na faixa-marrom quero fazer os mesmos feitos das outras faixas, ganhar todos os campeonatos que luto no peso médio e ainda mais. Vi meu amigo Otavio Sousa ganhar o absoluto no Mundial de faixa-marrom, em 2007. Desde lá tenho essa vontade de fazer o mesmo feito. Acho que, em menos de seis meses, vou ter a chance de tentar. Vejo isso também como conseqüência. A batalha maior de todo os dias é melhorar para, quando chegar na faixa-preta, ganhar tudo no primeiro ano, já que poucos fizeram isso!
Qual a importância do Zé Radiola para você?
Não sei nem como posso falar a importância dele nisso tudo. Ele é uma pessoa fantástica. Aprendi e aprendo muito com ele, que me ajudou muito a traçar os meus objetivos, desde muito novo. E não só isso. Ele me fez acreditar em tudo que fui capaz de fazer. Sei que não foi muito, mas tudo aquilo que era tão difícil de acontecer, aconteceu. Hoje posso acreditar que sou capaz de fazer muito mais. É como ele fala: “Podemos fazer tudo, é só querer!”
Veja como foi a entrega de faixa de Lucas: