Marina: “Sou fã da Kyra, era uma luta que eu não gostaria de ter feito”

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Marina (por baixo) contra Kyra. Foto: Ivan Trindade.

Marina Ribeiro (CheckMat) não queria ter feito a luta talvez mais importante de sua carreira.

Porém, ao vencer Kyra Gracie na final do peso pena no Europeu de Jiu-Jitsu 2011, a faixa-preta mostrou que os tempos de “promessa” ficaram para trás.

Kyra comentou a luta, em seu blog: “Começamos e ela me puxou para guarda aberta, especialidade dela. Fiquei tentando passar, mas ela parecia uma borracha. Até que ela me raspou e fez dois pontos. Continuamos, era chave de pé pra lá, chave de joelho pra cá. Faltavam dois minutos e eu estava na guarda dela, tentando passar. Comecei a explodir, se eu conseguisse passar, ganhava três pontos e a luta seria minha. O tempo acabou, os dez minutos passaram tão rápido…”

Marina, que também passou por outra favorita, Letícia Ribeiro em Lisboa, deu provas de que é uma realidade, e uma das grandes pedreiras da categoria. O GRACIEMAG.com bateu um papo com mais essa musa do Jiu-Jitsu. Mas que os marmanjos se liguem: ela é esposa do também casca Helder “Bob Esponja”.

O que significou vencer Kyra Gracie no Europeu?

Eu sou fã da Kyra desde que comecei a treinar, há sete anos, e continuo sendo. Era uma luta que eu não gostaria de ter feito, mas realmente não tinha o que fazermos, era lutar ou lutar. Fiquei triste quando soube que ela estava na minha categoria, mas ao mesmo tempo fiquei realizada, pois estaria ao lado dela numa competição, independentemente do resultado.

O que achou da competição, que ainda tinha a Letícia do seu lado da chave?

Foi a primeira competição internacional que participei como faixa-preta, pois tive meu visto negado para o Mundial 2010. Então treinei bastante para o Europeu. Em relação à competição o nível do evento era nível de Mundial. Na minha categoria não tem o que falar. Imagina uma categoria que de um lado está Letícia Ribeiro e do outro Kyra Gracie? Graças a Deus foi tudo perfeito, ao meu lado ainda estava minha grande amiga Margareta Myhr, que também chegou ao pódio. Treinamos juntas e ela me deu todo suporte na Fight Zone Stockholm, na Suécia.

Quais são as principais metas agora?

Quero lutar o World Pro em Abu Dhabi. Este é um evento que está tomando uma proporção enorme e lá estarão as melhores. Vou lutar a seletiva brasileira de Gramado, no Rio Grande do Sul, e espero conseguir minha vaga. Depois disso é tentar o ouro mundial na Califórnia, que é o sonho de todos em nosso esporte.

Quem serão suas principais adversárias?

Não tem principais adversárias. O nível hoje do Jiu-Jitsu feminino está altíssimo e todas são duríssimas. A final começa na primeira luta. Vencer é uma questão de preparação técnica, física e psicológica. Quem fizer tudo certinho será a campeã. Meu foco é estar sempre preparada nas competições de que participar.

Quais são as suas lutadoras prediletas em todos os tempos?

Minha lutadora favorita sempre foi a Kyra, que foi campeã mundial diversas vezes, campeã do ADCC, tem um trabalho social, e difunde o Jiu-Jitsu feminino por todo o mundo. Realmente é um exemplo para todas de nós. Ela para mim é a melhor de todos os tempos.

Como você enxerga a evolução do Jiu-Jitsu entre as mulheres?

Estamos conquistando o nosso espaço. Cada vez surgem mais meninas nas competições, principalmente na Europa e nos Estados Unidos. Somos respeitadas como atletas e profissionais, e não mais como meninas que estão se aventurando num ambiente antes tido como masculino. Estou muito feliz com isso, pois hoje consigo enxergar nós mulheres vivendo do que amamos. Queria aproveitar a oportunidade e agradecer a vocês da GRACIEMAG pelo excelente trabalho em divulgar o Jiu-Jitsu feminino, ao meu mestre Ricardo Vieira, a todo o time da Checkmat Paraíba, onde treino, e aos meus patrocinadores!

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