Bicampeão mundial de Jiu-Jitsu na faixa-preta (2019 e 2021), Matheus Gabriel fará sua estreia no grappling profissional nesta sexta-feira, dia 2 de dezembro. O amazonense terá pela frente o fenomenal Kade Ruotolo, em luta do card principal do One on Prime Video 5, a ser disputado na Mall of Asia Arena, nas Filipinas. O combate é válido pelo cinturão peso leve de grappling da organização.
Em sua apresentação mais recente, Matheus Gabriel brilhou no GP dos Leves do BJJ Stars 9 e faturou o prêmio de R$ 100 mil pelo título. Ele derrotou Wallisson Oliveira, Israel Almeida e Meyram Maquiné ao longo da competição para vencer a disputa.
A fase de Kade também é arrebatadora. Após se tornar o vencedor mais jovem da história do ADCC, o americano finalizou Uali Kurzhev na chave de calcanhar e conquistou o cinturão da categoria até 77kg do One.
Em bate-papo com a equipe do GRACIEMAG.com, Matheus Gabriel explicou a importância do acordo com o One para o desenvolvimento de sua carreira no esporte e contou conselhos de Leandro Lo que foram importantes na sua formação como lutador.
GRACIEMAG: O que esse acordo com o One representa para a sua carreira profissional?
MATHEUS GABRIEL: O acerto com o One representa muito para mim profissionalmente, sobretudo nesse ano, que foi bem agitado. Será minha última competição do ano e eu quero encerrar da melhor maneira possível. Seria irado conquistar dois cinturões com e sem kimono. Participar dessa organização é a realização de um sonho para qualquer atleta. É muito gratificante fazer parte de um dos maiores eventos do mundo.
Que ajustes você fez do seu jogo de kimono para o grappling?
Fiz apenas ajustes pontuais para ajustar o timing do nogi, porque eu treino normalmente com e sem kimono. Não foco apenas no pano, é normal para mim treinar as duas modalidades. Foi mais uma questão de ajustar a precisão das finalizações para chegar afiado.
Quais são os maiores perigos que o Kade pode te oferecer?
O maior perigo é que o Kade sempre luta para finalizar. Ele tem bons ataques no triângulo de mão e eu treinei bastante a defesa dessa finalização. Estudei bastante o jogo e analisei as principais posições dele.
Qual é o diferencial do seu jogo que fará você sobressair contra o Kade?
Nossos jogos são diferentes, mas temos estilos ofensivos. A diferença é que eu ataco tanto por cima quanto por baixo, fico confortável nos dois cenários. Acho que esse é o meu diferencial em relação a ele.
O que passou na sua cabeça quando você homenageou o Leandro Lo depois do título do GP dos Leves do BJJ Stars?
Eu já tinha planejado a homenagem para o Leandro antes do evento, mesmo sem saber que iria ganhar. Graças a deus, deu tudo certo e tenho certeza que ele estava comigo. Foi um momento muito lindo e todos gostaram. Antes da final, combinei com o Meyram de fazermos a homenagem após a luta porque o Leandro era merecedor demais daquela cena. Foi muito gratificante prestar um tributo a um ídolo, um irmão que o Jiu-Jitsu me deu.
Qual foi a importância do Leandro Lo na sua formação como lutador?
O Leandro me deu diversos conselhos e me surpreendi quando o conheci, porque ele me deu muita moral. Ele já era consagrado, mas treinou comigo e me ajudou bastante, não acreditei no início, foi a realização de um sonho. Depois viramos amigos e nos aproximamos cada vez mais. Ele me aconselhou em diversas situações. O Leandro dizia para eu lutar em uma categoria acima da que eu geralmente competia e eu respondia que não conseguiria. Mas ele acreditava no meu potencial e me encorajava. Foi ele quem me inspirou a migrar para o peso leve, e pretendo subir cada vez mais para fazer o que o Leandro fez. Ele era como poucos no esporte, estava realmente do seu lado.