Augusto “Tanquinho” Mendes, 30 anos, foi valente desde antes do Mundial. Declarou que era seu último ano no maior evento da modalidade antes de tentar abraçar a carreira no MMA. Era, talvez, sua última chance de ganhar a medalha dourada mais desejada do Jiu-Jitsu.
Após cinco lutas, o faixa-preta da Soul Fighters estava com o olho roxo, um sinal de que sua vida no Jiu-Jitsu pode ter sido mais dura do que os treinos com o parceiro Ben Henderson, campeão do UFC que vive perto da academia de Wellington Megaton no Arizona, onde Tanquinho vai se estabelecer e treinar.
Para Augusto, o domingo começou com uma vitória por 2 a 0 sobre a pedreira Ed Ramos. O placar foi o mesmo da vitória em cima da lenda Rubens Cobrinha, que foi raspado e não conseguiu mais inverter a luta.
A final, contra o tricampeão mundial Rafael Mendes, foi a luta mais aplaudida do evento. E começou em ponto de ignição. Tanquinho fez jus ao nome e avançou para cima do inimigo, derrubando e abrindo 2 a 0.
Rafa tentou um triângulo, mas acabou mesmo raspando, ali pelos 7min de luta. Tanquinho ficou então atrás por uma vantagem a zero. O carioca então pensou: “É agora ou nunca, é explodir e raspar ou lamentar”. E explodiu, com o ginásio em forma de Pirâmide indo pelos ares junto com ele.
Na guarda 50/50, Tanquinho se contorceu, roxo de tanto fazer força, e começou a puxar a calça de Rafa. Num embolo esquisito e dramático, ergueu-se com Rafa junto, quase de costas para ele. Tanquinho não titubeou e pulou para tentar botar os ganchos: uma vantagem. Ao descer, já cinturou e botou para baixo, mais uma vantagem!
“Esse foi o dia mais feliz da minha vida”, suspirou Tanquinho, após descer do exame antidoping sem nem ver a final do absoluto. “Disparaaaaado o mais feliz!”.