Em Long Beach, Califórnia, a categoria até 82kg no Mundial de Jiu-Jitsu de 2015 estava infestada de peixes graúdos famintos pelo primeiro ouro.
Casos dos faixas-pretas Murilo Santana, Vinicius Marinho, Victor Estima, Vitor Oliveira, Jaime Canuto, Marcos Yoshio, Marcelo Lapela, Tanner Rice, Victor Silvério, todos altamente treinados e com um Jiu-Jitsu assombroso perto dos meros mortais. E além deles, havia ainda o bicampeão mundial Otávio Sousa, ansioso pelo terceiro ouro.
Só que ninguém havia batido tanto na trave no peso médio como Claudio Calasans, que há dez anos é faixa-preta de Jiu-Jitsu e estava sempre pertinho do pote de ouro – havia sido vice mundial dos médios em 2010 (contra Marcelo Garcia), 2012 e 2013 (ambas contra Otávio Sousa). Além da valente medalha de bronze no absoluto, em 2009, ano daquela queda memorável em Roger Gracie.
Seja como for, a vontade que poderia ter virado frustração virou missão de vida, e com perseverança e disciplina, Juninho não desanimou, e enfim chegou lá este ano.
Antes de dar a cambalhota mais feliz de sua vida, no tatame azul da IBJJF, Calasans venceu Bruno Antunes (Honor Roll), no sábado. No domingo, 31 de maio, começou vencendo Vinicius Marinho por 7 a 4. Depois, raspou Victor Estima no fim para vencer por 4 a 2 e vibrar muito. Seria difícil roubar o sonho do exímio judoca àquela altura.
Foi o que o finalista Vitor Henrique Oliveira (GFTeam) perceberia. Após eliminar Jonathan Satava, Marcelo Lapela e Otávio Sousa em lutas taticamente perfeitas, o batalhador da GFTeam até foi para cima, mas tomou rapidamente uma raspagem de meia-guarda. A luta se desenrolou enrolada até o 6 a 4, quando Calasans levou a luta em pé e ainda abriu 8 a 4, numa punição.
Qual será a próxima meta de Calasans? Ele pode até demorar, mas vai chegar lá. Não duvidem.