GRACIEMAG não deixa passar um talento despercebido. Na edição 176, a repórter Deb Blyth trouxe uma matéria exclusiva com Ben Henderson, hoje campeão peso leve do UFC. Na ocasião, Ben caminhava em busca do cinturão, depois de ter perdido a chance pelo título ao ser derrotado por Anthony Pettis na última apresentação pelo WEC. Uma das grandes lições transmitidas pelo futuro número1 do peso leve foi: “Quando se acredita, tudo é possível”. Neste sábado, no UFC 144, Henderson fez valer a sua máxima e tomou o título de Frankie Edgar.
“Acreditar é o que me leva longe. Como eu ando por aí, como eu ajo, como conduzo a minha vida, tudo faz parte da minha fé. Alguns caras têm medo de perder, eu não tenho o que temer. Posso abrir o meu coração e deixar tudo no octagon.”
Nascido em Washington, atualmente com 28 anos, Henderson é um lutador de fé, cristão. As origens no taekwondo talvez se expliquem graças a mãe, uma sul-coreana. Conheceu o pai de Ben, um militar, ainda na Ásia, e foi morar nos EUA.
“Eles se divorciaram quando eu era bem novo. Minha mãe nos criou sozinha. Ela teve trabalho criando eu e o meu irmão, dois malucos! Ela fez o melhor que pôde”, comenta. “É uma mulher muito forte. Veio da Coreia sem saber falar inglês e, enquanto nos educava, trabalhava em três empregos ao mesmo tempo. Me inspiro nela. Quando estou cansado, querendo dormir, penso nela imediatamente”, completa.
Ben lutou wrestling na escola e na universidade, em Nebraska. Seu sonho era ser policial, mas se sentiu desafiado após um bate-papo com os colegas de treino.
“Estávamos conversando eu e alguns parceiros, especulando sobre quem se daria bem no MMA. Falaram que o MMA não era muito a minha. Eu virei e disse: ‘Ah, não?’. Decidi então me inscrever em um evento tendo apenas o meu conhecimento de wrestling. Acabei ganhando a luta por nocaute técnico. Não tinha ideia do que realmente estava fazendo. Tinha que ver o meu jap, era horroroso! Depois disso pensei : ‘ Acho que vou apostar nessa carreira’.”
Ben passou a se dedicar em outras modalidades e desenvolveu grandes habilidades no Jiu-Jitsu. O lutador, faixa-marrom, costuma competir de kimono e conquistou até a medalha de bronze no Mundial de 2011. Depois da primeira luta de vale-tudo, ainda como amador, seus planos mudaram.
“Eu realmente ia ser um tira, já estava encaminhado para isso. Disse a minha mãe que queria ser um lutador e ela me perguntou quanto eu ganharia com isso. Disse que havia ganhado 200 pratas na noite anterior, ela pirou, mas expliquei que aos poucos o valor iria aumentar!”.
Um lutador completo, assim podemos descrever o atual campeão de leves. Bom no wrestling, bom com os chutes e socos e dono de um Jiu-Jitsu técnico.
“Sou naturalmente flexível, mas não é só isso. Tenho consciência das técnicas para defender a minha cabeça e o meu braço. Dou todo o crédito pelo meu Jiu-Jitsu ao John Crouch. Ele sabe tudo da arte.”
Agora Ben vai ter a revanche contra Pettis, mas isso não é o principal.
“Não me interessa quem será o adversário, mas que será a minha mão a levantada ao fim. É simples: quero ser o melhor lutador do UFC.”