O ex-goleiro nigeriano Carl Ikeme marcou época no Wolverhampton, da Inglaterra, e disputou mais de 200 partidas oficiais pelo clube durante sua passagem. Ikeme teve a carreira interrompida ao ser diagnosticado com leucemia em 2017. Ele ao todo enfrentou 13 meses de um tratamento extenuante antes de entrar no estado de remissão da doença.
Carl Ikeme oficializou a aposentadoria do futebol em 2018, aos 32 anos. Com as luvas penduradas, encontrou uma nova paixão despretensiosamente no Jiu-Jitsu, numa escola localizada perto de sua casa, em Birmingham, conforme contou numa entrevista ao jornal “Express & Star”.
“Eu estava abastecendo meu carro num posto de gasolina perto de casa e vi uma placa da Gracie Barra Sutton Coldfield”, recordou o ex-goleiro. “Eu sempre quis treinar Jiu-Jitsu, então me inscrevi para fazer uma aula experimental. Eu estava em ótima forma na época, tinha acabado de participar de uma prova de cem milhas de bicicleta para caridade”, comentou Ikeme.
Carl Ikeme lembra que se surpreendeu com o desgaste físico durante os treinos de Jiu-Jitsu e carrega lições valiosas do esporte.
“Na primeira aula, lembro-me de ter ficado absolutamente exausto depois de um rola de três minutos. Eu sentia muita dor nas pernas e minhas costas estavam em pedaços. De repente, percebi que você realmente não sabe nada sobre luta até que você realmente experimente aquilo”, compartilhou o ex-goleiro.
Apesar de estar aposentado dos gramados, Carl Ikeme não perdeu o espírito competitivo. O faixa-azul de 36 anos se aventurou na categoria adulto no Europeu Sem Kimono 2022. O atleta da Gracie Barra Sutton Coldfield faturou o bronze no superpesado.
“Me diverti, todos lá foram muitos legais, eles levam as lutas muito a sério. Competir é um grande desafio, mas para mim não é necessariamente sobre os torneios e resultados. É também sobre o crescimento que vem com isso como pessoa – é aí que está a importância”, reforçou o faixa-azul.
Ikeme relata que os ensinamentos que obteve nas aulas de Jiu-Jitsu transcendem o tatame.
“O crescimento que tenho alcançado é a razão para fazê-lo em primeiro lugar – tem sido tão recompensador e tão humilhante ao mesmo tempo que não me vejo não treinando mais. Tenho aproveitado ao máximo porque já está ficando mais difícil e, ao mesmo tempo, não estou ficando mais jovem. Não posso ensinar nada sobre Jiu-Jitsu, mas talvez consiga passar um pouco da minha experiência de alto nível em outro esporte. Meus colegas de tatame são todos realmente apaixonados e comprometidos e tiveram sucesso nas competições, é ótimo conversar com eles e fazer parte de suas jornadas. É um ambiente muito bom de se estar e, para mim, é importante ter algo em que me concentrar depois do futebol”, finalizou Carl Ikeme.
E quanto a você, fiel leitor, o Jiu-Jitsu também mudou a sua vida? Como foi?