Há não muito tempo atrás, numa galáxia não muito distante, o UFC vivia uma fartura de campeões altamente populares. Em 2013, uma galeria de superastros dominava suas respectivas categorias, como Cain Velásquez, Jon Jones, Anderson Silva, Georges St-Pierre, José Aldo, Ronda Rousey. Todos adorados pelos fãs, ou ao menos bem conhecidos, o que fazia a venda de pacotes de pay-per-view vender mais que açaí na esquina. Eram tempos em que o UFC nem precisava de uma grande luta principal para vender 300 mil pacotes de ppv.
Poucos anos depois, daquela fileira de heróis restaram apenas o instável Jon Jones, e outros campeões de audiência, como Conor McGregor por exemplo, estão cada vez mais no passado. Lutas excitantes continuam ocorrendo aos montes no octógono, mas falta empatia e reconhecimento em relação aos novos talentos. E o que fazer nessa entressafra, enquanto promessas quentíssimas como Johnny Walker, Kron Gracie, Petr Yan e Mackenzie Dern não conquistam de vez o coração de grande público? Nossos leitores, corneteiros sempre atentos, costumam enviar mil sugestões. Selecionamos as melhores, a seguir.
1. Se faltam ídolos individuais, aposte-se no coletivo
Há poucos superastros para segurar um card? Que tal apostar numa seleção de bons lutadores, num formato de torneio entre nações? Um evento num grande estádio de beisebol de Toronto com lutadores canadenses contra americanos, por exemplo. No Rio, um evento Brasil contra o resto do mundo, ou Brasil x Inglaterra em Manchester. Após sete ou nove lutas, o país com mais vitórias levaria um troféu para casa.
2. Que voltem os torneios da era Royce
O povo quer heróis para voltar a ver o UFC como antigamente? Nada melhor que um guerreiro capaz de fazer duas ou três lutas na mesma noite para sair com um prêmio especial. OK, as comissões nos EUA podem impedir, OK. Mas perguntem para Khabib Nurmagomedov se ele não toparia um desafio desses na Rússia ou no Japão. Já sabemos a resposta, certo?
3. Mais clássicos locais para deleite da torcida
Poucas coisas afastam mais os espectadores do que espiar apenas mais dois desconhecidos, com as mesmas roupas do patrocinador praticamente, trocando força. Por que não apostar nas rivalidades entre locais, como a luta ventilada entre os brasileiros Cara de Sapato e Borrachinha, ou como tivemos entre Jessica Bate-Estaca e Claudinha Gadelha?
4. Menos pujança, mais carisma
Há uma série de veteranos de guerra sedentos por uma luta de despedida no UFC. E muitos fãs loucos para revê-los em ação. Mas, quando se entrega um medalhão de 40 anos na bandeja para um novato cheio de pujança, perde-se um pouco da graça. Mais lutas entre “masters” poderia ser a solução, como, sei lá, BJ Penn x Nick Diaz, ou a volta de dois medalhões arquirrivais.
5. Menos eventos, menos lutas
O desafio do UFC em provar que suas lutas não são “mais do mesmo” tem um poderoso inimigo interno: a frequência quase semanal de eventos, o que impede grandes cards. E, como as “arenas” não inovam no formato e permanecem idênticas, o telespectador não faz muita ideia se está vendo um show na Austrália, Vegas ou Fortaleza. Ainda por cima, costuma haver mais de dez lutas por evento, o que leva o fã em potencial muitas vezes a cochilar no sofá antes do combate principal.
6. Se tudo mais falhar, arrumem um Tank Abbott
Roy Nelson e Tank Abbott são lembrados até hoje pelos fãs do UFC ao provarem que não era preciso ter músculos apolíneos para entregar um bom divertimento. Se tudo mais falhar, cabe ao UFC ir atrás de novas figuras exóticas, para não dizer bizarras.