O que eu vi do UFC Rio

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Este não é o relato oficial do GRACIEMAG.com sobre o UFC Rio, que incendiiou a noite carioca nesse sábado.

Todas as emoções da noite serão narradas pelos sempre eficientes Marcelo Dunlop e Carlos “Cobrinha”Ozório, que acompanharam tudo no meio do caldeirão da HSBC Arena.

Aqui vão apenas as minhas observações pessoais, o que eu vi do evento, de longe, de um quarto de hotel em Joinvile, Santa Catarina.

Sem PPV, a primeira luta que vi foi Toquinho x Dan Miller e não entendi porque o mineiro de Dores do Indaiá não estava no card principal.

Rousimar Palhares tem 8 lutas no UFC e apenas duas derrotas, para Nate Marquardt e Dan Henderson.

E, de novo, fez um lutão, dessa vez com momentos históricos.

Você já viu uma luta em que o atleta para de bater e sai para comemorar, mas depois descobre que a luta não acabou?

Se já aconteceu, eu não lembro quando.

Para completar, quando voltou, ainda surpreso pela luta não ter acabado, Toquinho quase foi nocauteado ao ser atingido por Miller.

Eu ainda acho que o americano pediu para parar e depois se aproveitou da desatenção do juíz.

Depois, vi Luiz Cane dar um azar danado, mas MMA é assim mesmo.

Um soco e acabou!

Então veio a lenda! O cara que foi atropelado por um caminhão, o cara que passou meses em coma, o cara que sofreu tudo isso ainda criança e mesmo depois de tanta dor não hesitou em escolher a luta como meio de vida.

Será que acostumou com a dor?

Antônio Rodrigo “Minotauro” Nogueira, assim mesmo por extenso, não precisa provar mais nada.

Com 35 anos, o baiano completou hoje 40 lutas. Já enfrentou todo mundo, perdeu, ganhou, foi campeão, foi nocauteado e segue firme.

Voltava depois de mais de um ano se recuperando de três cirurgias e de meses na muleta.

Duvido que qualquer um consiga fazer uma lista com os cinco maiores nomes de todos os tempos no MMA sem incluir Minotauro.

O nocaute imposto a Brendan Schaub foi mais um dos momentos que construiram a lenda.

Bem vindo de volta, Minota!

E como se isso não fosse o bastante, vi também Maurício “Shogun” Rua!

A última aparição do curitibano tinha deixado uma má impressão, não se pode negar, mas hoje ela foi completamente apagada.

Em forma, rápido e potente como nos velhos tempos do Pride, Shogun voltou a se colocar como pedra no sapato do impressionante Jon Jones.

Forrest Griffin não teve chance.

E para terminar, vi o maior de todos!

Em pouco mais de seis minutos, Anderson Silva mais uma vez mostrou porque está muito acima dos demais!

A esquiva que ele tem, ninguem tem.

A potencia e a precisão dos golpes são inigualáveis!

Se você luta com Anderson, você nunca está no controle.

Contra Okami, Anderson escolheu não terminar a luta após o primeiro knock-down imposto ao japonês.

Quando veio o segundo, foi até o fim.

Restou a Herb Dean encerrar a luta!

Foi simbólico que tenha sido no Rio de Janeiro que o Brasil teve a certeza de que assim como teve Pelé no futebol, temos Anderson Silva no MMA.

Queria ver mais, mas a Faixa Combate acabou e começou o Sportv News.

O que eu não vi?

Não vi o peidão Joe Rogan!

Não vi uma ring girl brasileira, falha grave.

Não vi um Gracie em cima do octagon, omissão ainda mais grave.

Não vi uma finalização sequer em um evento sediado na cidade que praticamente viu a invenção do MMA, em desafios que visavam provar que o Jiu-Jitsu é a arte marcial mais eficiente.

Sinal de que os tempos realmente mudaram.

Hoje o MMA segue a cartilha americana e americano quer ver nocaute.

 

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