[Por Pedro Valente * ]
Carlos e Helio Gracie introduziram, aperfeiçoaram e divulgaram o Jiu-Jitsu no Brasil e, para demonstrar a sua eficiência e superioridade, na luta contra a lei do mais forte, criaram o vale-tudo.
Devido a incompreensões, preconceitos e perseguições, o Jiu-Jitsu acabou sendo levado pelos seus filhos para os Estados Unidos.
Lá, Rorion concebeu o octógono e o UFC. Royce, por ser o mais franzino, a exemplo de Helio, seu pai, foi o escolhido para o desafio, tendo conquistado três edições do torneio, chegando a vencer quatro lutadores numa só noite.
Tudo isso contra adversários muito mais pesados de todas as modalidades de lutas. Não havia regras e divisão de categoria por peso.
Estava consagrado o Jiu-Jitsu nos Estados Unidos, abrindo as portas para inúmeras academias que deixaram o Brasil e foram para a terra do Tio Sam.
O UFC, regulamentado, é hoje um negócio bilionário nas mãos dos americanos em Las Vegas.
Agora, com a realização e o sucesso absoluto do UFC 134 no Rio de Janeiro, onde tudo começou, retornam os detratores com o mesmo tipo de discriminação de outrora, falando em “violência”, palavra associada ao que há de pior em nosso meio.
No Brasil, não deveríamos generalizar a aplicação da palavra violência, muito menos nos preocupar com a “violência” dentro dos ringues, e sim com a impunidade e a proliferação da bandidagem (que é a maior forma de violência), em todos os níveis, fora dos ringues.