Após sete anos, Anderson Silva é derrotado no UFC. Foto: Donald Miralle/Zuffa LLC via Getty Images
O que define um gênio no mundo dos esportes? O que esses heróis possuem que os diferenciam dos seres comuns?
David Foster Wallace, aclamado e saudoso estudioso no assunto, nos deixou uma série de pistas em célebre artigo escrito em 2006, em que comparava o tenista Roger Federer a Michael Jordan, Muhammad Ali e outros. Para o jornalista, o aspecto primordial dos gênios é aliar a beleza dos movimentos à eficiência. Ou como ele escreveu, mais detalhadamente:
“Os grandes atletas conseguem fazer com o corpo coisas com as quais podemos apenas sonhar.”
“Seus movimentos são mais flexíveis do que atléticos.”
“…É capaz de enxergar ou criar aberturas e ângulos para golpes vencedores que ninguém mais consegue visionar…”
“Há também sua inteligência, sua antecipação sobrenatural, seu senso de colocação, sua capacidade de ler e manipular os adversários, de combinar efeitos e velocidades, de iludir e disfarçar…”
“Ele nunca se afoba nem perde o equilíbrio.”
“Uma criatura cujo corpo, de algum modo, é ao mesmo tempo carne e luz.”
Faltou luz a Anderson Silva, ao genial Anderson Silva, nesse UFC 162 em Las Vegas, onde ele acabou apagado pelo soco de esquerda disciplinado de Chris Weidman, no segundo assalto.
Onde Anderson errou? O campeão mais dominante da história do UFC perdeu apenas por não conseguir aplicar seus requisitos de gênio. Não manteve o equilíbrio. Não conseguiu iludir ou manipular o oponente. Não foi capaz, contra o mais jovem americano, fazer uso da velocidade que o levou a 17 lutas de invencibilidade. E não atuou de forma inteligente.
O ex-campeão do UFC procurou, como de costume, lutar bonito. Mas, desta vez, a beleza não foi sinônimo de eficiência, e Anderson caiu como um lutador dotado de um queixo comum.
UFC 162
MGM Arena, Las Vegas, EUA
6 de julho de 2013
Chris Weidman nocauteou Anderson Silva a 1min18s do R2
Frankie Edgar venceu Charles Do Bronx na decisão unânime dos jurados
Tim Keneddy venceu Roger Gracie na decisão unânime dos jurados
Mark Muñoz venceu Tim Boetsch na decisão unânime dos jurados
Cub Swanson venceu Dennis Siver por nocaute técnico aos 2min24s do R3
Card Preliminar
Andrew Craig venceu Chris Leben na decisão dividida dos jurados
Norman Parke venceu Kazuki Tokudome na decisão unânime dos jurados
Gabriel Napão venceu Dave Herman por nocaute técnico aos 17s do R1
Edson Barboza venceu Rafaello Trator por nocaute técnico a 1min44s do R2
Brian Melancon nocauteou Seth Baczynski aos 4min59s do R1
Mike Pearce venceu David Mitchel por nocaute técnico aos 2m55s do R2