O Pan de 2010 em Irvine será no dia 8 de abril e promete ser o mais grandioso da História (Inscreva-se já).
“É normal o Pan bater recordes, e este ano já conseguiu mais um”, disse o vice-presidente da IBJJF, Marcelo “Siriema” Araujo. “Tivemos 760 atletas confirmados em cinco dias de inscrição, um recorde absoluto. Hoje estamos com 947 inscritos, e faltam 18 dias para terminar a inscrição. No ano passado, nessa mesma época, 193 atletas se inscreveram”.
Não é apenas no número de inscritos que o Pan se supera. Na carreira do supercampeão Bráulio “Carcará” Estima, hoje referência em bom Jiu-Jitsu, o Pan foi responsável por uma guinada inesquecível – mais precisamente o de 2003, em Santa Barbara.
“Aquele Pan marcou o início do meu profissionalismo”, conta Carcará. “Eu lutava, trabalhava, estudava e dava aulas na academia do Zé Radiola, a GB Pernambuco. Era difícil, mas antes do Pan 2003 tive pela primeira vez a oportunidade de fazer uma preparação física por dois meses com meu grande amigo e preparador Stevie Bs, na Inglaterra, onde treinei duas vezes por dia na academia do Maurição [Gomes, pai de Roger] com vários caras que depois viraram meus alunos em Birmingham”.
E o que mudou no Jiu-Jitsu de Braulio? “Bem, imediatamente os meu botes melhoraram muito, e foquei esse tempo em melhorar minhas passagens, que era meu fraco”, lembra.
“Decidi então lutar o Pan, e me lembro como o fuso horário acabou comigo. Foi ali que aprendi a respeitar o fuso. Não esqueço da van que me servia de cama, eu e [Gustavo Pires] Sirizinho dando cochilo no estacionamento antes de começar a lutar”.
O Pan 2003 também marcou Estima por dois fatos inéditos. “Foi lá que ocorreu o primeiro Brasil x EUA de seleções, cheguei a me emocionar quando os lutadores formaram para escutar os hinos nacionais. Ali me senti um soldado de frente representando meu país. Me fortaleci e botei na cabeça que ia pra matar ou morrer.”
E a luta de Braulio no Brasil x EUA foi inesquecível: foi quando Carcará apresentou seu armlock helicóptero, contra o americano Ryan Gregg, em 40 segundos de luta. “Naquela hora do hino fiquei muito inspirado”, diverte-se.
Faixa-marrom, Carcará fez mais seis lutas no Pan, finalizando todas, tendo lutado um total de 5 minutos e 24 segundos. Além da ação dos combates, o hoje campeão absoluto do ADCC e professor da GB Birmingham não esquece um momento curioso e marcante.
“Entre as lutas na categoria e as do absoluto, Mestre Carlinhos pegou o microfone e disse que a polícia local tinha recebido uma ligação anônima dando conta de que tinha uma bomba no ginásio. E Carlinhos serenou o pessoal, todos muito tensos pelos acontecimentos do 11 de Setembro, declarando que ele iria permanecer no local houvesse o que houvesse, e decidi seguir os passos do Mestre”, lembra.
Carcará fez então a final do absoluto contra Fernando Soluço (Alliance), que passara por Felipe Cranivata com uma passagem de guarda. O resultado? Um estrangulamento rápido pelas costas e a comemoração que viraria marca registrada do Carcará, apontando pra galera e vibrando muito.