Nos tempos românticos do Jiu-Jitsu, a reposta estava na ponta da língua de qualquer praticante: a guarda de pernas serve para defender e para atacar, ponto.
Foi quando surgiu a temível guarda 50/50, e todos a acusaram de ser uma guarda criada apenas para vencer lutas.
A técnica e a polêmica que a envolve são temas do dossiê GRACIEMAG que está em todas as bancas do Brasil. Clique aqui para saber mais.
Por ainda ser uma novidade – foi popularizada ali pelo Mundial 2009 – a guarda que lembra um cadeado de pernas pode ser tudo, menos fácil de transpor, merece um estudo para quem não quer ficar trancado nela.
Por que ela ainda é tão decisiva, e polêmica? Por que muitos campeonatos são vencidos com seu uso? Lucas Lepri, campeão mundial peso leve pela Alliance, ajuda a decifrar, em papo com GRACIEMAG.com.
“A partir da 50/50 o lutador tem algumas variações para raspar ou mesmo finalizar, mas hoje infelizmente muita gente a usa só pensando em amarrar. O que vejo são atletas dando a vida para chegar à posição e ficam buscando a vitória por vantagem”, diz Lepri.
“Acho que toda posição nova sempre vai gerar polêmica, mas cabe a nós acharmos uma solução para vencê-la. No caso da 50/50, o praticante precisa conhecer seu lado bom, que é a finalização. O que se deve evitar é buscar uma vantagem para ganhar a luta”, analisa o professor da Alliance.
Líder da Zenith Jiu-Jitsu, Rodrigo Cavaca avaliou como ele viu a guarda 50/50 no Mundial 2014:
“No último Mundial não tivemos tantos momentos em que a 50/50 foi utilizada, mas na final do pena, mais uma vez Cobrinha e Rafa Mendes fizeram uma luta parelha e o que decidiu foi a 50/50 no final, o que deu a vitória ao Mendes”, diz Cavaca.
“Quando ela apareceu, queriam até bani-la. O fato é que não existe mistério em nenhuma posição de Jiu-Jitsu: você precisa apenas estudar a posição e criar defesas e ataques para elas. Esse é o segredo do Jiu-Jitsu, por isso é um esporte infinito. A partir do momento em que você deixa de lado uma posição por achar feia ou amarrada, você deixa de estudar a mesma, e com isso, não aprende e acaba não ensinando aos seus alunos como agir quando ela aparecer. Com isso, seus adversários levam vantagem contra você. Eu utilizo a guarda 50/50, é minha situação de luta favorita – gosto de atacar chaves de pé, leglocks, raspagens, saídas nas costas, sempre com muita estratégia, sabendo a hora de prender o adversário e a hora de atacar”, conta.
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