Professor Jean Alves comenta o que aprende com o aluno Rafael, cego desde os 5 anos

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Jean com seu faixa-cinza duríssimo. Foto: Divulgação/GMI

 

Rafael Teixeira, 11 anos, não enxerga desde os 5 anos de idade.

Em 2023, sua mãe Vanessa decidiu incentivar o filhão a praticar uma atividade física. Como ele gostava dos desenhos do Naruto e personagens bons de luta como o Homem de Ferro, começou a pesquisar sobre artes marciais.

Logo logo, mãe e filha chegaram ao dojo do Amapá Sesi, e às aulas de defesa pessoal do faixa-preta Jean Alves. Se o valente Rafa se apaixonou pela arte marcial dos Gracie?

“Ele não quer saber de outra coisa”, diz Vanessa, a mãe. “Hoje ele é o meu super-herói. Só de entrar no tatame ele prova que é um herói de verdade. No fundo, ao vestir o kimono ele está salvando todas as pessoas que o amam. E salvando a si mesmo.”

Para o professor Jean, Rafael se deu bem nos treinos pelas qualidades que possui – e, claro, pelos poderes do Jiu-Jitsu de acolher qualquer perfil de praticante:

“O Jiu-Jitsu é uma arte sensorial, onde a pessoa aprende em boa parte pelo tato”, comentou Jean, diante das câmeras do programa “Globo Esporte”. O faixa-preta de Marcelo Saporito prosseguiu:

“Ao treinar, o Rafa necessita então mais do tato do que da visão. Hoje, no Sesi, ele está aprendendo muito mas também me ensina demais. Aprendo muito com ele. Mais do que aprender a lutar e realizar as técnicas e as finalizações, ele está ganhando autonomia como ser humano, uma confiança que ele ganha nos tatames para conquistar lá fora sua independência como pessoa. E isso inspira a turma toda.”

Rafa, agora, é só energia e confiança para ir à luta e compensar quaisquer sufocos. E sua montada é o ponto forte: “Quando comecei a lutar eu tremia, mas perdi o medo. E hoje disputo torneios internos com os amigos e colegas.”

E você, ainda alimenta alguma desculpa para não ir treinar Jiu-Jitsu? Faça como o Rafa e pegue seu kimono.

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