Campeão peso-pena no Manaus Open no último fim de semana, o faixa-preta amazonense Carlos Holanda (Checkmat) analisou a vitória no primeiro campeonato da IBJJF em seu estado. Holanda comentou a falta de gás que teve e deu alguns toques interessantes sobre Jiu-Jitsu.
GRACIEMAG: Que análise você faz da sua campanha no Manaus Open de Jiu-Jitsu?
CARLOS HOLANDA: A experiência contou muito. Posso confessar que lutar em casa é tenso. Fiz apenas duas lutas para vencer o peso-pena, mas não estou contente. Sei que poderia ter feito melhor, mas outras competições virão e vou estar melhor. É terrível saber que você pode lutar melhor e na hora não conseguir. Esse cansaço que senti me deixou pensativo, até porque já fiz competições bem mais importantes e não me senti dessa forma. Vou me cuidar melhor para isso não acontecer mais.
Como foram as vitórias na categoria?
Primeiro encarei Alex Taveira (Carioca Team) e tive a felicidade de finalizar pelas costas. Puxei, e no modo automático fisguei uma omoplata e raspei. Caí segurando um pouco o movimento, nesse momento Alex tentou sair e deu as cotas. Foi aí que cheguei na gola para apertar. Depois venci Marconi Melo (Omar Salum). Comecei com uma raspagem e depois passei a guarda. No fim da luta, meu adversário encaixou uma chave de pé proibida e o juiz desclassificou. Nesse combate senti muito o gás, a partir de cinco minutos de luta foi uma batalha muito dura.
E qual foi a tática para lidar com a falta de gás?
Até agora não entendi por que cansei ao extremo. Mas só me veio a luta do Leandro Lo x Felipe Preguiça na Copa Pódio na cabeça. O Lo estava perdendo a luta e passou a guarda faltando oito segundos. Isso me motivou e pude conduzir o combate melhor.
Você foi imprevisível nesse torneio e jogou por cima e por baixo. Tem algum macete?
Depois do Mundial em 2004, meu professor Pina disse que minha guarda era muito boa e estava na hora de eu parar de fazer um pouco de guarda no treino e começar a passar também. Daí em diante não parei mais de tentar passar a guarda de meus parceiros de treinos, na época me espelhava muito no Bibiano Fernandes, Ronaldo Jacaré, Frédson Paixão e Leonardo Vieira. Esse conselho foi fundamental para eu ver meu Jiu-Jitsu evoluir.
De que forma você treinou para aprimorar essas habilidades?
O tempo é um fator importante para a prática. Você não chega à perfeição fazendo cinco repetições de uma posição. Você deve fazer todo um planejamento de treino, praticar a posição por horas e aí sim você chega ao modo automático. Estude cada posição, os melhores ataques e defesas. Evolução requer tempo e dedicação.
Como funciona sua mente antes de lutar?
Procuro mentalizar que a maior dureza foi em minha academia, e que meu oponente não é mais forte que meu parceiro de treino. Isso me ajuda. Outra coisa é estar sempre perto de alguém que não esteja falando sobre seu oponente, prefiro assuntos paralelos. E tomo um cafezinho também, sempre bom.