A cidade de Long Beach, na Califórnia, recebeu no último fim de semana o Campeonato Mundial de Jiu-Jitsu na IBJJF, na popular Pirâmide da universidade local. E, entre as faixas-pretas de refinado Jiu-Jitsu, o destaque maior foi Bia Mesquita, campeã no peso leve e no absoluto após vencer suas sete lutas.
Na final do aberto, a estrela da Gracie Humaitá conseguiu seu maior feito na carreira até agora ao vencer Michelle Nicolini por 5 a 0, e assim ficar com o ouro absoluto na faixa-preta. Para chegar lá, Bia raspou e no fim ainda passou a guarda da fenomenal atleta da Checkmat, com o uso do legdrag. Em papo com GRACIEMAG, a aluna de Leticia Ribeiro analisou a conquista. Confira e aprenda:
GRACIEMAG: O que você aprendeu com esta conquista do Mundial de Jiu-Jitsu?
BIA MESQUITA: Não caiu a ficha ainda que sou a atual melhor do mundo. É um sonho que se tornou real. No sábado, fui impecável nas minhas lutas, consegui finalizar as três do absoluto e as duas da categoria. Nas finais, já sabia que os duelos exigiriam mais estratégia. Sabia que eu só não sairia campeã se Deus achasse que ainda não era a hora. A derrota e os erros que cometi no WPJJC em Abu Dhabi me fizeram melhorar para estar com o jogo ajustadinho para o Mundial na Califórnia. Meu Jiu-Jitsu está ainda mais completo. Treinei muito a passagem de guarda para esse Mundial, não por não saber passar, mas por querer ter mais confiança passando – queria ter a mesma confiança que tinha raspando. Estou gostando de virar passadora [risos].
O que passava na sua mente antes da grande final contra a Michelle Nicolini?
Já lutei algumas vezes com a Michelle e sempre fizemos lutas bonitas. Ali, entre nós, ganha quem erra menos. Como era uma disputa de pesos leves de volta ao absoluto feminino, eu sabia que seria eletrizante. A vontade de ganhar estava fixa na minha cabeça, independentemente de quem fosse minha oponente. Neste e em todos os anos. Sempre luto pra frente em busca da vitória e não foi diferente nessa final. E enfim veio o tão almejado título absoluto. Sempre soube que era capaz e esperei a minha vez pacientemente. Sou brasileira e não desisto nunca!
E como você transpôs a guarda da Michelle?
Ainda não assisti à luta, nem me lembro ao certo. Acho que foi com um legdrag no pé do bíceps. Estava tentando fazer durante a luta, mas na adrenalina não sei exatamente como saiu a posição, se foi exatamente como planejado ou se rolou um improviso [risos].
Na final peso leve, você encarou a Luiza Monteiro, adversária que você finalizara na semifinal do absoluto, no sábado. Como foram essas duas lutas?
Estamos lutando bastante, mas nos damos bem e sabemos deixar a rivalidade apenas em cima do tatame. Ela é dura e sei que todas as lutas que precisarmos fazer serão ótimas batalhas. Pela semifinal do absoluto, aquele armlock da 50/50 saiu da cartola. Nem sei como ajustei aquela posição, já vinha treinando um pouco no Brasil, mas não é uma posição que costumo usar. Felizmente fiz com a pressão necessária para finalizar. Já na final do leve, dei ênfase às minhas passagens de guarda. Eu me senti muito confiante por cima depois que raspei.