O americano John Danaher começou relativamente “tarde” no Jiu-Jitsu, com 28 anos, quando era um segurança de clubes noturnos de Nova York com muitos músculos e pouca técnica. Apaixonou-se nos anos 1990 pelos treinos na academia de Renzo Gracie em Manhattan, e era um dos mais assíduos alunos do professor carioca. “Ele vinha treinar no Natal se a gente deixasse”, costuma brincar Renzo.
Em 2002, Danaher pegou a faixa-preta, e ficou famoso por lapidar as técnicas sem kimono de astros do UFC como o canadense Georges St-Pierre. Um dos mais conceituados professores americanos hoje, John Danaher postou no seu Instagram a lição de Jiu-Jitsu que mudou sua vida nos tatames. Segundo o próprio, trata-se do ensinamento mais importante que recebeu de Renzo:
“Quando eu ainda era um faixa-branca, os alunos mais experientes da academia de Renzo apresentavam um nível muito alto. Comecei então a desenvolver uma reputação de faixa-branca difícil de ser finalizado, e logo os mais graduados gostavam de treinar comigo, como um bom teste de suas habilidades de finalizar ou como um aquecimento para valer antes do treinamento sério com os outros graduados”, recorda John.
“Esses treinos então me deram uma defesa sólida, mas não muito mais do que isso. Caí então numa mentalidade que estabelecia que o sucesso consistia em sobreviver no tatame por um tempo razoavelmente respeitável. Essa mentalidade é válida e aceitável para um iniciante, mas não é capaz de sustentar o desenvolvimento do praticante de Jiu-Jitsu depois de um tempo. Certa noite, eu terminei um treino orgulhoso por ter durado um longo round com um praticante veterano quando o sr. Renzo Gracie sentou ao meu lado e expressou forte decepção em relação ao meu jogo”, surpreendeu-se Dahaner.
“Renzo me disse: ‘John, do modo como você treina, você jamais será nada mais do que um incômodo para seu oponente. É preciso mudar seu jogo e tornar-se uma ameaça para o seu adversário. Quando fizer isso, vai observar uma mudança total, não só no seu próprio jogo, mas no jogo que seu oponente usa contra você.'”
John Danaher prossegue:
“Alguns momentos de reflexão revelaram a verdade de suas palavras. A partir daquele dia, mudei toda a minha abordagem para o jogo. Comecei um estudo detalhado das principais finalizações do esporte e as pré-condições necessárias para torná-las viáveis no meu jogo. Em pouco tempo, comecei a experimentar o sucesso ofensivo pela primeira vez e o meu treino tornou-se muito mais gratificante e interessante. Essa lição aparentemente simples tornou-se a orientação para o meu estudo do Jiu-Jitsu e minha filosofia de ensino”.
O professor então reflete e conclui:
“Defesa será sempre a base do Jiu-Jitsu, mas ela deve ser alimentada constantemente por um positivo espírito ofensivo para evitar que degenere num jogo negativo e limitado.”
A seguir, relembre Renzo e Danaher lapidando posições juntos, e comente: seu jogo já é uma ameaça aos oponentes ou você apenas incomoda na academia? Mude sua mentalidade e seu Jiu-Jitsu! Oss.