Depois de todo o sucesso no Jiu-Jitsu, Ronaldo Jacaré precisou caminhar por uma dura estrada para provar que também é um grande lutador de MMA. A estreia foi no Jungle Fight 1, em 2003, com derrota para o mais experiente Jorge Patino “Macaco”. Sem se abalar, depois de mais 15 lutas, com 13 vitórias, outra derrota e um no contest, Jaca conquistou o cinturão de uma grande organização mundial, o Strikeforce.
No combate contra Tim Kennedy no último sábado, o faixa-preta de Henrique Machado se mostrou um atleta completo, algo indispensável no vale-tudo atual. Impossibilitado taticamente de usar o Jiu-Jitsu, que já lhe rendeu dez triunfos por finalização, o boxe foi testado para atingir o topo no peso médio. Com o resultado, Jacaré fecha um ciclo de vitórias em modalidades distintas, mas, segundo ele, vem muito mais pela frente.
“Me senti super feliz por ter sido campeão do Strikeforce, a sensação é de dever cumprido. Eu fui para ser campeão, consegui!”
Confira toda a conversa do campeão com o GRACIEMAG.com:
Você também é bicampeão mundial absoluto de Jiu-Jitsu e da última superluta do ADCC. Esses títulos se equivalem ao do Strikeforce para você?
Todos esses títulos foram importantes na minha carreira. Os títulos que conquistei no Jiu-Jitsu são inesquecíveis, além de terem iniciado tudo. O do ADCC 2009 foi como uma superação, porque fui chamado poucos dias antes do evento, e o título do Strikeforce é inesquecível. Uma conquista complementa a outra!
Na luta contra o Tim Kennedy você lutou o tempo todo em pé. Essa era a sua estratégia ou foi a maneira que sentiu o combate naquele momento?
Essa foi a maneira que senti o combate. Achava que ele, por ser um wrestler, iria tentar me derrubar e trabalhar por cima. Então eu iria colocar em prática o meu melhor, que é o Jiu-Jitsu. Mas ele não tentou me derrubar, e nas vezes que tentei derrubá-lo não consegui. Além de perceber que ele defendia bem eu o senti muito forte. Optei por lutar em pé porque estava muito melhor ali, tanto que ganhei por unanimidade.
No Jiu-Jitsu, especialmente, os campeonatos são muito competitivos e isso ajuda muito na hora de fazer a transição para o MMA. Por exemplo, nos campeonatos sempre se faz muitas lutas, todas muito duras, que te deixam bem cansado e com os braços e dedos detonados. E, depois disso, temos pela frente mais caras duros para lutar.
O que espera para o futuro agora?
Espero evoluir no MMA, defender meu título de campeão no Strikeforce e sair vitorioso. Agradeço a Deus por tudo, por ter me dado uma família maravilhosa. Minha equipe Xgym, que me ajudou a conquistar esse título e todos os meus parceiros.