A partir do dia 29 de maio, os olhares dos fãs, praticantes e lutadores estarão todos voltados para a pirâmide de Long Beach, na Califórnia, palco do grandioso Campeonato Mundial de Jiu-Jitsu, este ano em sua 18ª edição.
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Enquanto a hora da verdade não chega, investigamos como estão se preparando os grandes astros do kimono. No peso médio, por exemplo, só vai vencer quem estiver altamente treinado, em ponto de bala.
A categoria vai trazer o atual campeão Otávio Sousa, e ainda DJ Jackson, Victor Estima, Lucas Leite, Clark Gracie, Carlos Diego, Rafael Formiga, Davi Ramos, Vitor Henrique, Ian McPherson, Eduardo Português e, quem sabe, o mito Marcelo Garcia.
No meio desse bolo mais do que indigesto, está também o vice-campeão mundial Cláudio Calasans. Dono de um jogo completo e finalizador, o professor da Atos em São Paulo só está ajustando os detalhes no camp em Costa Mesa, na Califórnia, na academia dos manos Mendes.
“Quando acaba um dia de treino, parece que você já treinou durante a semana toda”, diz Calasans, em papo com GRACIEMAG.
No embalo após o WPJJC de Abu Dhabi e da seletiva do ADCC no Rio, Calasa agora quer o título que falta na carreira. Para isso, ele analisou os erros recentes, relembrou a derrota para Otávio nos últimos instantes no Mundial 2012 e muito mais. Confira:
GRACIEMAG: Você enfrentou uma maratona de Jiu-Jitsu, com o WPJJC, a seletiva do ADCC e o Brasileiro. Qual foi o saldo?
CLAUDIO CALASANS: Em Abu Dhabi o saldo foi dois bronzes, fui terceiro na categoria e no absoluto. Eu havia vencido a categoria nos últimos três anos lá, mas em abril, durante a semifinal cometi um erro, e faixa-preta é assim, quem erra primeiro provavelmente perde a luta. Mas isso serviu para me fortalecer para os próximos objetivos. Na seletiva do ADCC, fiz seis lutas e finalizei quatro. Consegui mostrar um bom trabalho e impus meu ritmo em todos os combates, mesmo sem treinar muito sem kimono. No Brasileiro de Jiu-Jitsu, em Barueri, estava tudo certo para eu lutar, porém me machuquei lutando a final da seletiva do ADCC e não competi. Esqueci que valia bate-estaca no ADCC: quando estava nas costas do meu oponente (Paulo Baraúna), ele deu o golpe e acabei dando uma sentida na costela. Então preferi me poupar para chegar bem no Mundial na Califórnia.
O que você aprendeu em Abu Dhabi no fim das contas?
Aprendi que é preciso entrar em todas as competições com uma carta na manga. Sempre treine uma novidade para surpreender os adversários. Como volta e meia chego forte nos principais campeonatos, acho que estou sempre sendo estudado.
Como estão os treinos com a galera da Atos na Califórnia?
Bons demais. Quando acaba um dia de treino parece que você já treinou durante a semana toda (risos). Isso é bom, gosto de treinar com o pessoal unido, em busca do mesmo objetivo. A meta é buscar esse título. Sei que tenho de estar na minha melhor forma e me preparar como nunca me preparei antes. Estou fazendo isso e tenho certeza de que vou ter uma grande atuação.
No ano passado você deixou o ouro escapar na final, contra o Otávio Sousa. O que mudou para você desde daquele Mundial?
Venho mais experiente. Ano passado perdi a final nos últimos dez segundos. Isso me fez crescer muito. Tenho de estar focado no combate o tempo todo. Não podemos dar chance para os adversários nem deixar para os juízes. Venho buscando ser ainda mais completo. Tinha deixado de treinar por cima, por exemplo, por já ter uma base boa de judoca, mas revi isso. Agora venho me aperfeiçoando mais para ficar no tempo certo e não perder a oportunidade de quedar e pontuar. Guarda e passagem sempre treino muito. Para cada adversário vou preparar uma estratégia afiada, para deixá-lo o tempo todo desconfortável durante o combate.
Então veremos alguma movimentação nova sua, na Pirâmide?
É, já venho treinando umas coisas novas para surpreender o pessoal. Estou confiante. E claro, respeitando meus adversários. Porém, tenho na minha cabeça que sou o melhor do peso hoje, e que vou lá para sair vitorioso. Cada luta será uma final. Todos treinam muito, assim como eu, então serão as pequenas coisas, aquele algo a mais que o oponente, que vão fazer a diferença entre a vitória e a derrota.
Vai cair dentro do absoluto este ano também?
Gosto de competir o absoluto sempre, acho que tenho uma boa base de quedas e isso atrapalha alguns caras pesados. Mas como o absoluto começa no sábado, um dia antes da categoria, este ano vou me concentrar para chegar inteiro na guerra no peso médio.