Rei Zulu, nascido Casimiro de Nascimento Martins em 9 de junho de 1947, é um folclórico peso pesado do vale-tudo nacional.
Especialista na modalidade tarracá, que aprendeu no seu Maranhão, Rei Zulu media 1,90 e chegou a pesar 104kg. Enfrentou uma constelação de craques, em centenas de lutas e desafios feitos em eventos amadores por todo o país. De acordo com seu biógrafo, Bruno Tomé Fonseca, Zulu contabilizava, em seu arquivo de jornais, cartazes e contratos, cerca de 300 combates à vera, com mais de cem vitórias.
Entre seus oponentes mais famosos, estiveram o japonês Enson Inoue, Sergio Batarelli, James Adler, Ebenezer Fontes Braga e “The Pedro” Otávio.
Após um desafio dirigido à família Gracie, Zulu acabou no ringue com o mais promissor campeão da família à época: o estreante Rickson Gracie, 20 anos recém-completos.
O duelo, realizado em 25 de abril de 1980, no ginásio Nilson Nelson em Brasília, reuniu novamente Helio Gracie e Valdemar Santana – então treinador de Zulu. Os velhos rivais se reencontraram num clima de camaradagem.
Já a luta foi uma guerra de quedas, joelhaços e cotoveladas – com direito a ambos caindo do ringue. “Desferi uma joelhada no queixo do Zulu, e ele simplesmente estrebuchou e cuspiu os dentes, como se nada houvesse ocorrido. Ali comecei a desconfiar que seria parada dura”, brinca Rickson, que venceu via mata-leão.
Zulu e Rickson se enfrentaram novamente em 1984, no Maracanãzinho. No segundo combate entre eles, Zulu ficou por cima, e Rickson o manteve na guarda fechada. O Gracie conseguiu escorregar para as costas e finalizou novamente.
O Rei maranhense lutou até os 63 anos, em 2008, no Desafio de Gigantes, sendo derrotado por Santos Samurai.
Ainda de acordo com Bruno, autor da biografia “Rei Zulu, a majestade bárbara”, o lutador tinha em Valdemar Santana seu maior ídolo, e com o velho aluno de Helio Gracie afiou suas técnicas de solo e de Jiu-Jitsu sem kimono, como a montada.