Geralmente o principal destaque das competições é o vencedor do absoluto, mas Eduardo Santoro, o Português da Cia Paulista, dividiu as atenções durante o World Cup, no último final de semana, em São Paulo. Depois de lutar no absoluto master, o faixa-preta partiu direto para a categoria adulto, vencedor no peso meio-pesado, tendo derrotado por finalização pedreiras como Guto Campos e Sérgio Moraes. Mas, antes de vencer a competição, Santoro teve um desafio ainda maior.
“Tive uma lesão na virilha depois do Mundial e, quando estava quase recuperado, meu menisco saiu do lugar e tive que operar. Só voltei a treinar no dia 8 de novembro, então foram apenas quatro semanas antes da competição”, conta.
“Mas, por mais que eu esteja numa fase ruim, sou persistente e não desisto. Isso foi importante no tempo que fiquei parado”, completa Português, que comenta a campanha no evento.
“Primeiro lutei o absoluto master, em que fiz três lutas e fechei a final. Derrotei o Eduardo Telles na semifinal e, como já ia começar a categoria adulto, conversei com o André Bastos e dividimos o prêmio. Depois da minha última luta no master, fiquei até na dúvida se iria ou não no adulto. Nem descansei e já fui enfrentar o Yan Cabral. A minha chave estava sinistra e não sabia se iria aguentar.”
Depois disso, Santoro bateu feras como Alex Monsalve (Alliance), até enfrentar as maiores feras inscritas na categoria.
“Enfrentei o Guto Campos na semifinal. A luta estava empatada até o fim, quando consegui finalizar no triângulo. Pude descansar um pouco para final contra o Serginho (Moraes) e sabia que ele era um adversário muito estratégico, difícil de fazer pontos. Ele é um cara que tem a base muito boa, joga bem em pé, me deu uma queda e ficou por cima. Mas consegui repor a guarda, encaixei a omoplata e, quando fechei a guarda, fiz uma posição que faço há bastante tempo e consegui finalizar no armlock. Na hora não acreditei!”, comemora. Agora recuperado das lesões, o faixa-preta espera dar bastante trabalho em 2011.
“Ano que vem quero lutar todos os principais eventos, já que em 2010 fiquei muito tempo parado. Quero lutar o Pan, Mundial, os eventos aqui de São Paulo organizados pelo Fepa e ir para Abu Dhabi”, encerra.
Mas a alegria não foi apenas do lutador. Seu mestre, Max Trombini, ficou mui contente e também teve importante papel na vitória.
“O Portuga perguntou: ‘Sensei, luto ou não luto o adulto?’ Disse a ele: ‘Guerreiro, você se escreveu na categoria e deixou de lutar a final do absoluto master. Então lute com alegria, divirta-se, porque este é seu mundo. Quero ver aquele velho Portuga de sempre!’ E ele fez um grande campeonato”, diz.
“O treino na Cia. Paulista é forte e ele está acostumado com isso desde a faixa branca, sempre foi muito disciplinado. Sou um professor disciplinador ou severo, para outros rabugento, mais exijo disciplina para não ficarem no salto alto. Prefiro puxar a empurrar meu exercito”, encerra Max, orgulhoso do pupilo.