E se o capitão do Titanic treinasse Jiu-Jitsu?

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O Titanic, em clássica obra de Willy Stower, 1912.

O Titanic, em clássica obra de Willy Stower, 1912.

Como ensinam os Gracie, o benefício essencial do Jiu-Jitsu é levar o praticante a ser capaz de raciocinar calmamente durante as piores ocorrências.

O que nos leva a refletir: e se o Jiu-Jitsu já fosse popular no início do século XX? O que, por exemplo, poderia ter acontecido caso o célebre navio Titanic fosse comandado em sua primeira – e última – viagem por um experiente e infalível praticante de Jiu-Jitsu?

Dureza especular, claro. Boas são as chances de que o iceberg vencesse de fato a disputa. Mas por certo algumas medidas de prevenção e contenção de danos seriam bem diferentes – antes, durante e depois da colisão, ocorrida em abril de 1912.

Curiosamente, algumas das melhores histórias sobre o naufrágio foram registradas em livro por um sobrevivente de nome Gracie. Era o coronel Archibald Gracie, que se salvou após se agarrar como pôde num bote que passava, provando ter uma pegada similar a de seus distantes sobrinhos-netos brasileiros.

Mestre Rickson Gracie costuma dizer que o bom praticante de Jiu-Jitsu é um eterno estudioso. O desastre ocorreu por uma confluência de falhas, mas uma delas foi de fato a falta de estudo do cenário e atenção aos detalhes – ou seja, puro Jiu-Jitsu, como se vê.

Por exemplo, águas extremamente frias e calmas com estrelas refletidas são sinais evidentes de um campo de gelo por perto. Faltou, portanto, um estudioso mais atento a bordo.

Foi apenas um dos vacilos do velho lobo do mar Edward John Smith, o comandante britânico do Titanic naquela tragédia em 1912. Sua equipe recebeu, naquele domingo, seis avisos de mar com gelo, mas mantiveram o transatlântico em velocidade máxima. Uma atitude comparável a um faixa-branca que visse a mão inimiga profundamente enfiada em sua gola, mas seguisse acelerando, na ilusão de passar a guarda.

Com a falsa visão dominante de que tamanho era documento, e que um barco gigante daquele jeito jamais seria vencido pelas forças da natureza, todo protocolo e prudência foram abandonados. O Titanic zarpou da Inglaterra para Nova York, aliás, com um início de incêndio num dos depósitos de carvão do navio de luxo, fator que distraiu boa parte da tripulação e se arrastou por dias, em pleno alto mar.

Após a colisão com o blocão de gelo, a falta de tranquilidade nos procedimentos de emergência foi a pá de cal. A carência de treinamento da tripulação, o desconhecimento de como desamarrar os botes, a negligência dos operadores do rádio e telégrafo e a paralisia do capitão, que segundo muitas fontes ficou perplexo e sem ação por longos minutos, fizeram tudo terminar mal.

E ainda faltou técnica e zelo pela ciência. Apesar da luneta ter sido desenvolvida desde 1608, não havia nenhuma em posse dos vigias que observavam o mar lá de cima, de acordo com os historiadores do Titanic. Deu no que deu.

E você, já evitou algum dano grande graças aos ensinamentos nos tatames? Conte para a gente.

Pratique Jiu-Jitsu, evite as pequenas e grandes tragédias, e enxergue mais longe. Oss!

Texto original em RicksonGracie.com.

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