Numa entrevista recente ao GRACIEMAG.com, Demian Maia declarou que demoraria para ter uma chance contra Anderson Silva no UFC. A derrota para Nate Marquardt teria afastado a possibilidade. Entretanto, o mundo dá voltas. A contusão de Vitor Belfort abriu uma vaga pela disputa de cinturão, que acontece no dia 10 de abril, em Abu Dhabi. E o escalado por Dana White para o combate foi o faixa-preta de Jiu-Jitsu.
“Não podia estar melhor! É o melhor carnaval da minha vida!”, comemora Demian.
“Excelente! Era o que eu mais queria, algo que lutei pela minha vida inteira. Me preparei a vida inteira para isso e ter essa oportunidade agora foi ótimo”, completa ao GRACIEMAG.com.
Você acabou de lutar no UFC 109, no dia 6 de fevereiro. É possível descansar o corpo e se preparar bem para lutar novamente no dia 10 de abril?
Essa é uma oportunidade que não podemos deixar passar. Pode acontecer uma vez na vida. Não é o tempo ideal, mas, ao mesmo tempo, não é ruim. Estou vindo de uma luta e não estou fora de ritmo. Vou descansar essa semana e devo ficar parado até o meio da semana que vem. Depois volto a treinar. Vai dar tempo de descansar o corpo, porque geralmente é isso que eu paro mesmo, uns 10 dias. A diferença é que, dessa vez, terei que acelerar o ritmo um pouco mais rápido do que quando me programo com uns quatro meses de antecedência.
Como encara essa oportunidade contra o Anderson, provavelmente a luta mais importante da sua carreira?
Já são sete lutas no Ultimate, lutei muitos campeonatos de Jiu-Jitsu e já passei por situações dificílimas. Vou continuar fazendo o que faço e tentar ser o mais perfeito possível, no treino e na postura. Com certeza essa será a minha luta mais importante, mas toda luta que aparece é a mais importante. A última foi, a que perdi também, porque poderia me dar a chance pelo título. Então é sempre importante.
Na última luta, contra o Dan Miller, você mudou o jogo e lutou em pé. Por que essa estratégia?
Foi muito importante, porque pude me testar em pé e ver que posso lutar ali não apenas nos treinos. Consegui jogar na segurança, controlando a distância de uma forma segura. Também foi importante lutar três rounds, o que ainda não havia feito no UFC. Valeu pela experiência e fiquei muito feliz porque me senti seguro em pé, algo que não acontecia antes. Foi importante para a minha evolução e era algo que precisava antes de uma disputa pelo título. Mas sei que tenho que melhorar muita coisa e corrigir muitos detalhes, com certeza.
O público esperava a finalização, principalmente quando a luta foi para o chão…
Tentei finalizar, mas não deu. Era um faixa-preta ali. Ele travou bem a luta no chão e se defendeu, mas o chão foi na verdade uma coisa que não busquei muito nessa luta. Foi uma opção minha trocar em pé.