A arte de recomeçar a treinar Jiu-Jitsu, por Tarsis Paula Neto

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Tarsis Neto tem no currículo títulos como o ouro pan-americano pela IBJJF.

 

Há uma pergunta que volta e meia o professor Tarsis Paula Neto, da escola Elementum Jiu-Jitsu na Flórida, escuta de pais, novatos e curiosos:

– Que época seria ideal para se começar no Jiu Jitsu?

Sua resposta predileta: todo dia é perfeito para ir treinar, mas o melhor dia para começar é hoje.

Para Tarsis, o Jiu-Jitsu o faz lembrar de um pequeno e poderoso mantra, que ele gosta de repetir aos alunos:

“Pequenas ações repetidas ao longo do tempo nos transformam.”

O campeão e professor que ensina em Winter Park gosta de recordar uma história ocorrida com uma amiga, que após se contundir ficou em dúvidas sobre quando, e de que forma, ela deveria retornar aos treinos.

Deixemos que o professor Tarsis mesmo conte:

“Certa vez, uma amiga estava visitando a Flórida e, de passagem por Orlando, apareceu na nossa escola. Ela era uma aluna empolgada, com alguns anos de treino, e que adorava competir. Mas, depois de uma contusão, ficou um tempo receosa de retornar aos tatames, compreensivelmente.

Até que a saudade do kimono foi maior e ela decidiu aparecer. Chegou ao dojo, pôs sua joelheira, fez vários exercícios de aquecimento sozinha e ingressou na nossa classe noturna, entre os avançados.

Sempre começamos na Elementum as aulas avançadas com exercícios em pé, drills de repetição. Os exercícios são para entrar no ritmo e aumentar a velocidade dos praticantes, e o foco está em fazer os pés trabalharem rápido em vez de procurar executar a técnica perfeita. Exercícios que demandam velocidade e mobilidade.

Acionei o cronômetro para 30 segundos e vi nossa visitante hesitante em repetir o exercício. Ela cedia a vez ao seu parceiro, e ao longo de 30 segundos ficou apenas olhando ao redor do tatame, enquanto seu colega e o resto da turma faziam dez repetições ou mais, ao buscarem completar rapidamente a tarefa.
Soou o relógio e eu ordenei que o povo trocasse de duplas. Mais uma vez, nossa visita começava, olhava em volta e parava, claramente frustrada pela limitação imposta por seu tempo no estaleiro e pelo uso da joelheira. Ela não era uma debutante no Jiu-Jitsu, mas sua mente estava travada ao começar aquela nova jornada, a partir de um novo capítulo.

Eu me aproximei então e a confortei:

– Faça o que conseguir. Talvez uma vez, talvez três, mas tente. Na próxima, talvez você faça cinco, sete ou oito. Até fazer dez. Faça o que puder, afinal o mais importante é que você esteja aqui nos tatames. Lembre-se: hoje é um novo começo para você.”

Como o professor Tarsis ensina, assim, não importa se você é experiente ou está nas primeiras páginas do seu treinamento do Jiu-Jitsu. Se você está retornando após uma longa pausa, vire as páginas devagar, mas não abandone a leitura. Afinal, nunca haverá um momento 100% perfeito para começar, ou recomeçar sua jornada no Jiu-Jitsu.

“Todos os dias surgem pela nossa porta pessoas de todos os tamanhos, históricos ou experiência em artes marciais”, reflete Tarsis Neto. “Cada uma delas representa uma jornada pessoal única, todas elas com as mesmas hesitações e desculpas para não aparecer nos tatames. Sempre vamos ter um empecilho para começar ou retornar ao Jiu-Jitsu, da timidez à má forma física. Mas há uma boa notícia: eu garanto a você que praticamente toda e qualquer desculpa que você tenha será solucionada durante sua jornada no Jiu-Jitsu. Venha encontrar seu equilíbrio conosco”.

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