“Na madrugada de 8 de agosto, a cantora Sandy ligou seu televisor para assistir, ao vivo, a 30 minutos de suculenta pancadaria.
“O brasileiro Anderson Silva e o americano Chael Sonnen disputavam o cinturão de peso médio do UFC (Ultimate Fighting Championship), mais badalado torneio de artes marciais do mundo.
“Assim que a luta começou, a cantora Sandy escreveu em sua página no Twitter: ‘Vaaai, Anderson!!!”. Quando o brasileiro tomou sucessivos socos na cabeça, a cantora se disse “chocada”, protestando: ‘Essa luta foi vendida, não é possível’. Por fim, ao ver Silva sufocar o adversário a minutos do gongo final, explodiu em alegria: ‘Bateeeeuu!! Meu Deus!!
“Sandy não estava sozinha em sua torcida pelo brasileiro. O embate, transmitido pelo Sportv, fez com que o canal alcançasse a liderança entre as redes por assinatura naquele horário.
“Três semanas depois, a mesma luta foi ao ar pela RedeTV!, que, por contrato, é obrigada a aguardar um tempo para a exibição. Transmitida à meia-noite de um sábado, angariou, segundo o Painel Nacional de Televisão, 650 mil espectadores, ou 8,25% dos aparelhos ligados.”
É desse jeito que o jornalista Roberto Kaz inicia a reportagem, publicada no jornal “Folha de São Paulo”, que comprova o crescimento veloz da popularidade do MMA no Brasil (leia na íntegra clicando aqui). O título, aliás, resume muito bem: “Antigo vale-tudo lidera audiência e vira a menina dos olhos das emissoras nacionais”.
A reportagem reflete a nova conotação da modalidade no Brasil, que perde o estigma que carregava, antes associado por muitos à violência. A prova é o crescimento da audiência em emissoras que apostam na luta e a procura por anunciantes de fora do segmento.
“O aumento também se fez sentir na TV por assinatura. Nos últimos dois anos, o Premiére Combate, canal pay-per-view dedicado ao MMA, viu seu público quadruplicar de 20 mil para 81 mil assinantes. Nessa esteira, outras emissoras passaram a dar espaço aos pugilistas. Em abril, Faustão abriu 17 minutos de seu dominical para conversar com Anderson Silva”, apurou o repórter da “Folha”.
Também é comentado o projeto de lei proposto pelo deputado federal José Mentor (PT-SP) contra a transmissão do MMA em TV, e a chance de o esporte chegar à Rede Globo:
“Wallid Ismail acredita que o esporte, se chegar à Globo, há de ultrapassar o futebol. Promotor do Jungle Fight, principal torneio de MMA no Brasil, Ismail diz ter estado recentemente com Luiz Fernando Lima, diretor da Central Globo de Esportes: ‘Fui com o (ex-deputado estadual) Bernard do vôlei, para falarmos da luta. O Luiz Fernando disse que olharia com carinho’. A Globo, que nos anos 1990 transmitia as disputas internacionais de boxe, diz não ter interesse no esporte”, relata o jornal.