Embaixo, na rua Figueiredo Magalhães, em Copacabana, parecia uma noite de quinta-feira como outra qualquer, com a chuva fina que caía sobre os passantes. Lá no terceiro andar, porém, o clima era luminoso, com cerca de uma centena de alunos de todas as idades prestigiando a reabertura do dojô Carlson Gracie, administrado agora pelo faixa-preta Marcelo Saporito. Entre os presentes, a viúva de Carlson, dona Marly, e até o secretário municipal de esporte e lazer, o faixa-marrom Marcos Braz.
Grande mestre Robson Gracie, o patriarca da família casca-grossa, saudou o templo repaginado onde tantos campeões foram formados por seu irmão mais velho, Carlson (1933–2006). Mestre Fernando Pinduka também discursou e pediu para cada professor ali não deixar a chama da defesa pessoal apagar. Mestre Carlos Rosado agradeceu a Saporito por não deixar a academia acabar, arrancando aplausos.
Pelas 21h30, adentrou Sérgio Mallandro, faixa-marrom da academia, que até tentou falar sério por alguns instantes. “Eu tenho uma saudade enorme do Carlson, e tenho certeza de que todos aqui que o conheceram também lembram dele o tempo todo. Isso aqui foi uma escola de vida, não apenas de Jiu-Jitsu”, falou o figura, emocionando os presentes. Mallandro lembrou que seu número de carteirinha na academia era o seis, prova de que ele começou cedo, logo que o Time Carlson Gracie abriu as portas no prédio.
Mas o humor voltou rapidamente, e Sérgio perguntou a Saporito:
– Ô Saporito, ainda tem aquele negócio que o Carlson exigia? Quando tinha campeonato de Jiu-Jitsu, ele ordenava que os lutadores ficassem quatro meses sem ter relações sexuais. Você ainda cobra isso?
– Não, Mallandro, sem o Carlson aqui não tem mais ninguém policiando isso.
– Ah, agora então eu posso voltar a treinar!
Mallandro lembrou ainda de elogiar a guarda de Arthur Virgílio Neto, hoje prefeito de Manaus, e lembrou que seu golpe forte era a baiana. Disse, ainda, que ensinou muita coisa a Wallid Ismail, como registrado no vídeo abaixo.