A história do Jiu-Jitsu feminino no Brasil começa já na primeira academia Gracie, no Rio de Janeiro dos anos 1920, que contava com mulheres matriculadas – casos da escritora e poetisa Rosalina Coelho Lisboa, e de Rose e Oneica Gracie, que fizeram o curso de Jiu-Jitsu básico como outras moças da família.
Mas a primeira professora só surgiria boas décadas depois. Yvone Magalhães Duarte, nascida a 26 de agosto de 1963, é a primeira mulher faixa-preta de que o mundo do Jiu-Jitsu tem notícias. Foi graduada por mestre Osvaldo Alves, em outubro de 1990.
Yvone Duarte treina Jiu-Jitsu desde 1978, quando estava com 14 anos. Em 1985, a faixa-azul peso-pena (52kg) fez um pedido especial ao grande mestre Helio Gracie – que programasse também lutas femininas, o que jamais havia ocorrido nos torneios da Federação do Rio. Professor Helio concordou e abriu uma inédita categoria feminina, para faixas-brancas e azuis até 60kg. Yvone foi campeã.
“A academia Osvaldo Alves foi vanguardista nesse sentido”, conta Yvone. “A equipe contava com ótimas atletas, como Marina Alcântara, Fernanda Bulhões, Laila Zalfa, Ana Maria D’Ávila, Jeane Xaud, Lucia Moraes, Verinha e eu. Pressionamos todo mundo para que abrissem as competições para nós, e conseguimos, em 1985. Eu tinha acabado de ter meu filho Pedro Henrique, e treinei grávida para o torneio.”
Em 1997, após morar em Roraima e no Rio, a professora se estabeleceu na capital Brasília, onde fundou sua primeira academia. Teve em seu irmão, o mestre e competidor Pascoal Duarte, seu maior incentivo e inspiração.
Depois de ir morar em Roma com a família, deu aulas para mulheres no curso de segurança da ONU, a partir de 2018.
• Campeã estadual do Rio (1985, 1986, 1987)
• Campeã nacional pela FJJ-Rio (1991, 1992 e 1996)
“Ali no tatame é você com seus medos e habilidades. Não adianta reclamar de um passe ou alegar que alguém não deu a bola redonda – é você e ponto.”
“Pense em tudo que o Jiu-Jitsu lhe proporciona. E tente retribuir metade.”
“O Jiu-Jitsu é dinâmico, e as regras e técnicas podem mudar. O que não muda jamais é a essência da arte.”