Renomado cozinheiro, escritor e apresentador de TV, Anthony Bourdain, 59 anos, é um apaixonado pelo nosso Jiu-Jitsu. Ele começou no esporte em 2013, por intermédio da esposa competidora Ottavia Bourdain, e comemorou sua promoção à faixa-azul de Jiu-Jitsu, recebida das mãos do professor Igor Gracie.
“Recebi minha faixa-azul, depois de mais de dois anos de treinamento. Tirando o nascimento de minha filha , esse foi o melhor dia da minha vida. Essa faixa não significa que eu sou bom de Jiu-Jitsu, significa apenas que eu trabalhei muito, muito duro em alguma coisa. E que, resumindo, estou um pouco melhor em minhas habilidades”, disse o famoso.
Ainda no embalo da promoção, Bourdain destrinchou um pouco mais sobre sua trajetória na arte suave, sua rotina de treinos e suas expectativas. O escritor falou da motivação de treinar todos os dias e ir para a academia sem a pretensão de ser o melhor do treino, mas de apenas se tornar “menos pior” a cada treino. Um verdadeira lição de perseverança. Leia um trecho:
“Todos os dias que estou em casa, em Nova York, vou para a Renzo Gracie Academy e coloco o meu kimono. Em seguida, com os pés descalços e pronto para cumprir o meu destino, me dirijo ao tatame. Normalmente, eu faço uma hora de aula particular com o meu instrutor Igor Gracie, seguido por uma longa aula de um hora com a população geral da academia, com várias faixas diferentes, dirigida por John Danaher. Cerca de meia hora de técnicas e de drills, até a última meia hora de aula com sparring. Quatro rounds de cinco minutos com 60 segundos de intervalo.
Invariavelmente eu não “ganho” essas rounds, ou seja, eu não finalizo ninguém. Por mais que eu gostaria, eu não consigo comprimir o pescoço de alguém de tal forma a restringir o fluxo de sangue oxigenado para o cérebro (causando-lhes, assim, bater ou desmaiar). Quase sempre não obtenho êxito ao tentar dobrar um braço, ombro ou extremidade de uma forma que Deus não tenha tido a intenção. Em vez disso, eu luto tão duro o quanto eu puder para adiar o inevitável – para afastar os meus parceiros de treino – mais jovem, muitas vezes maiores e mais musculosos – e quase sempre mais qualificados – de passar a minha guarda, esmagando minhas costelas no cem quilos, deixando um braço debaixo da minha cabeça e pressionando seu ombro no meu queixo. A cada segundo, a cada minuto que eu posso impedir que isso aconteça é uma vitória para mim. É como ser o mais novo, pior cozinheiro na cozinha novamente.
Eu nunca vou ser um faixa preta. Eu nunca vou competir com êxito contra adversários com metade da minha idade , eu nunca vou ser grande no Jiu-Jitsu. Eu tenho certeza que não estou ficando mais jovem , ou mais flexível . Eu certamente não estou ficando mais rápido. Mas estou decidido a ficar “menos pior” no Jiu-Jitsu todos os dias que eu puder.”
E você, gostou da lição de vida e Jiu-Jitsu de Bourdain? Então vista o seu kimono também e vá a luta!