No Mundial de 2006, no Brasil, um combate ficou marcado, apesar de ser válido pelas quartas-de-final. Contra André Galvão, que depois finalizaria Nino Schembri e seria freado na decisão por Marcelo Garcia, Antonio Sérgio, conhecido como Canudo, encaixou um justo armlock. A garra de Galvão, que passou maus bocados com o braço esticado, chamou a atenção de um ilustre observador, Wanderlei Silva, que, em seguida, contratou o faixa-preta para comandar seus treinamentos de Jiu-Jitsu para o MMA.
Voltando ao executor da chave de braço, depois dessa luta Antonio Sérgio deu uma sumida do cenário. Detentor de títulos como o do Campeonato Brasileiro e figura marcada nas principais competições, por onde anda o Canudo?
Para quem tem acompanhado o Europeu de Jiu-Jitsu, esta é uma resposta fácil. Canudo, que hoje está radicado em Portugal, participou das últimas quatro edições do evento, tendo vencido em todas. Na mais recente, neste ano, fez 12 combates, todos vencidos antes do apito final, o que já faz o faixa-preta levar o apelido de Mr. Europeu por lá.
“Depois de fechar a categoria meio-pesado entre os adultos em 2007, com o Raphael Abi Rihan, lutei nos três anos seguintes de máster e vencei peso e absoluto, além do Nacional de Seleções. Na edição deste ano foram três lutas no Nacional de Seleções, entre os adultos; quatro no peso (meio-pesado); e cinco no absoluto. Finalizei em todas, menos em uma que o adversário se machucou. Mas já estava com o braço dele encaixado bem justo quando ele pediu para parar. A maioria foi com armlock, mas também estrangulei”, conta o representante da Brazilian Fight e Carlson Gracie.
Radicado em Cascais, em Portugal, Canudo acaba de terminar o mestrado em Educação Física e agora se prepara para o doutorado. O lutador comenta a evolução da arte suave no país.
“Faço a preparação física da galera e vou até trabalhar agora com um lutador de vale-tudo aqui, o Vitor Nóbrega. Treino aqui com o Sérgio Vitor, o Telinho, que era aluno do Leo D’Ilha no Brasil. O Jiu-Jitsu vem crescendo aqui de ano para ano, isso é notório. Vemos isso no número de praticantes nas academias. Mas aqui em Portugal tem um problema: não há muitos campeonatos. Para quem estava acostumado a competir sempre, é muito diferente. Fico aqui o ano todo em função de um único evento, o Europeu. O Jiu-Jitsu está crescendo muito aqui, mas faltam mais competições”, comenta.