Fabrício Werdum vai ter uma missão no mínimo indigesta no dia 26 de junho, na Califórnia. Nesta data, terá a chance de fazer história: bater Fedor Emelianenko. O russo não perde há 28 lutas, mais precisamente desde dezembro de 2000. Em conversa na NOCAUTE #88, a publicação de MMA da Editora Gracie, o faixa-preta de Jiu-Jitsu indica o porquê de ter grandes esperanças nessa tarefa complicada, em que muitos falharam. Saiba as principais qualidades para o sucesso:
Conhecer e respeitar o inimigo
“O Fedor já mostrou para todos que é o cara, é o melhor do mundo mesmo. No princípio da carreira, muita gente não acreditava nele, mas, depois, ele só ganhou. O mais perigoso dele acho que é a parte em pé. O boxe dele é muito forte. O detalhe é não entrar no seu jogo. Faz anos que o Fedor não perde e sempre tem o mesmo jogo. A vida inteira ele faz isso e ninguém conseguiu defender ou anular o ataque dele. A direita é muito forte. Se os melhores lutadores não conseguiram pará-lo, tenho que ser inteligente agora. Estudar tudo e ver onde ele teve dificuldade para não cair no seu jogo.”
Jiu-Jitsu
“O forte dele é a parte em pé e eu tenho o Jiu-Jitsu, que é o meu carro chefe. Então tenho que procurar fazer Jiu-Jitsu com ele a maior parte do tempo para tentar finalizar e ganhar dele o mais rapidamente possível.”
Bom time
“Meu professor principal é o Rafael Cordeiro, que está comandando aqui nos Estados Unidos a King MMA. No Jiu-Jitsu, o Ratinho está me ajudando muito, melhorando o que eu faço de bom. Dependendo do treinamento, botamos o kimono. É um trabalho bem técnico. No boxe, treino com Justin, que já deu aulas para o Andrei Arlovski e para o boxeador Manny Pacquiao. Ele tem uma academia em Hollywood e é o cara do boxe. Também estão me ajudando o Wanderlei Silva, o King Mo, Jason Miller e o Mark Munoz. Estamos com uma equipe muito boa aqui.”
Explorar as características do oponente
Entre os sparrings, o Vladimir Matyushenko está me ajudando muito. Ele é muito bom para mim, porque é muito parecido com o Fedor. Não só por ser russo, mas pelas características físicas e pelo jogo. Isso aprendi com o Mirko Cro Cop. Quando ele vai lutar, busca um cara com características parecidas com as de quem ele vai enfrentar.”
Renato Babalu
“O Babalu também me ajuda muito. Ele lutou, mas ficava mais preocupado com a minha luta do que com a dele. Já enfrentou o Fedor e fala que ele é muito forte e para eu realmente tomar cuidado com a direita dele. Me mostrou como o Fedor faz e as quedas que ele usa. Sabe como é, e disse que dá para eu ganhar! É só se concentrar bem, fazer tudo direitinho e atacar na hora certa. A gente treina quase todos os dias juntos e ele me ajuda muito. Está muito preocupado em realmente me ajudar.”
Acreditar
Vou mudar a história do vale-tudo. Muita gente não acredita, mas podem botar fé, que estou me dedicando muito para essa luta. E o engraçado é que esta é a luta em que estou mais tranquilo. Estou na boa. Desde a época do Pride, quando o Fedor lutou com o Minotauro, meu irmão, o Felipe Werdum, me dizia que eu seria o cara que iria ganhar dele. Finalmente chegou a minha oportunidade e vou poder mostrar que estou nas cabeças.”