A multicampeã Bia Mesquita já está com tudo pronto rumo à disputa do Abu Dhabi World Pro 2021. Confiante, Bia papeou com GRACIEMAG sobre seus treinos rumo ao grandioso evento, que acontece nos Emirados Árabes entre os dias 14 e 19 de novembro, além de comentar sobre as seletivas por país e o que muda para os atletas das diversas nacionalidades que integram o torneio. Confira nas linhas abaixo!
GRACIEMAG: Após mais de dez anos participando do Abu Dhabi World Pro, qual é a maior diferença deste para os outros eventos de Jiu-Jitsu?
BIA MESQUITA: Não só o World Pro, mas todos os eventos de Abu Dhabi sempre se destacam no trato com o atleta. Participo desses eventos desde 2010, quando ainda estava na faixa-marrom, e pude acompanhar a evolução e profissionalização desses torneios, e posso dizer que eles realmente prezam pelo Jiu-Jitsu, a ponto de ter faixas dos atletas no aeroporto, convidando o público para conhecer e assistir os campeonatos. Nas vezes em que fui campeã, sempre tive tudo pago, desde a passagem de avião até a alimentação e a hospedagem. A valorização do atleta nesses eventos é revigorante e faz muita diferença na hora de subir no tatame e competir.
Qual é a sua memória mais marcante do World Pro?
Uma das melhores que eu tenho é bem do começo, no meu primeiro ou segundo ano participando. Nessa ocasião, eu acabei perdendo para a Luanna Alzuguir na final e acabei ficando com a prata, mas houve uma votação e eu fui escolhida como a melhor atleta do evento. meu prêmio foi um relógio personalizado lindo, que tenho até hoje, guardado à sete chaves (risos). Mesmo sem ter conquistado o ouro, fui muito valorizada pelo meu desempenho e isso não tem preço.
Uma das principais diferenças no World Pro são as seletivas por nacionalidade. Como você classifica o impacto desta regra no evento?
Ao mesmo tempo que entendo a dificuldade que ela traz para os atletas brasileiros, consigo ver um impacto positivo no esporte. Através dessa regra, mais atletas de outros países conseguem alcançar semifinais ou finais desses eventos, o que por sua vez gera mais interesse pelo Jiu-Jitsu em outros países. Este interesse vem crescendo muito no mundo inteiro, especialmente em países europeus e nos Estados Unidos, e através dele, o nível do Jiu-Jitsu no World Pro continua subindo, dando disputas mais acirradas a cada ano. Não me deixo abalar, vou participar das seletivas e alcançar a chave principal, encarando cada luta como uma final. Estou preparada para impor o meu jogo e dar o meu melhor para trazer o ouro pra casa.
Houve alguma mudança na sua rotina de treinos para participar do World Pro?
Atualmente, estou fazendo um camp pro World Pro na Dream Art, com as mesmas regras, cinco minutos por disputa e overtime. É muito legal pois a equipe inteira está voltada para este evento, a maioria dos atletas estará em Abu Dhabi, desde os faixas-azuis até os pretas. Tirando isso, o meu treino continua o mesmo de sempre, mas acho que faz muita diferença ter um time inteiro focado no mesmo objetivo. A energia positiva, dedicação e foco que todos mostram torna o treino ainda mais eficaz. Isso é o que tenho de melhor ao meu redor, meu time sempre comigo, independente de onde estiver. Eles se dedicam e se fortalecem comigo para sairmos campeões.
Tendo a sua vida mudada pelo Jiu-Jitsu, qual é o conselho que você deixa para as novas gerações de atletas que buscam viver na arte suave?
Na verdade, não posso dizer que o Jiu-Jitsu mudou a minha vida porque ele sempre esteve integrado nela. Pratico desde os cinco anos de idade e, apesar de ter feito escola e faculdade, nunca tratei apenas como um hobby, mas sim como uma profissão. Através do Jiu-Jitsu, aprendi a ter determinação, a garra para perseguir meus sonhos e conquistar os meus objetivos. Essa é uma característica muito importante e que vai, sem sombra de dúvida, ajudar os jovens que estão começando a pensar em viver do esporte. Se você tem foco, disciplina e, é claro, determinação, ninguém pode te parar. Não importa o tempo que leve, você sempre alcançará as suas metas.