A pirâmide de Long Beach já estava quase vazia naquela noite de sábado, no Mundial 2010. Mesmo assim, a gritaria ainda era grande, vinda da torcida dos dois finalistas. Não houve luta, mas apenas o levantar de braço daquele declarado vencedor após o fechamento do absoluto faixa-marrom entre dois atletas da Check Mat. O braço levantado foi de Marcus Vinícius Almeida, o Bochecha.
Mais tarde, no pódio, a mesma torcida provocadora entoou o canto que prometia grandes emoções para aquele mesmo local, um ano a frente. “Ei, Roger Gracie, pode esperar, a sua hora vai chegar!”, gritavam. No alto do pódio, Bochecha, com 20 anos recém completados, apenas sorriu. A faixa-preta veio em seguida e Bochecha manteve os bons resultados, o principal deles no Pan 2011, quando venceu o superpesado.
Com o Mundial se aproximando, tudo indicava que o confronto antecipado no canto aconteceria, mas a ausência de Roger jogou água fria nas expectativas. Menos de uma semana antes do início das lutas em Long Beach, Bochecha falou com o Blog GRACIEMAG no Mundial sobre o que espera do seu desempenho, lamentou a ausência do Gracie, apontou seus próprios defeitos e qualidades e revelou sonhos nada modestos para a carreira.