Em seus primeiros campeonatos da IBJJF, ainda nas faixas coloridas, Bráulio Estima sofreu uma série de derrotas logo na luta inicial. “Era uma frustração enorme, mas acho que se eu continuasse perdendo até hoje, eu estaria treinando e tentando de novo. A determinação está acima dos resultados e das medalhas”, diz o professor da Gracie Barra Birmingham, na Inglaterra.
“Eu ia de Recife ao Rio para perder logo de cara. Era terrível, mas se você, mesmo derrotado, usar o mau resultado para corrigir o seu jogo, no fundo você está sendo bem sucedido. Bate a tristeza, vem a incerteza se você está treinando certo, mas o principal é voltar para o tatame com vontade de melhorar. Cada lição que tomei naqueles primeiros anos me fez um lutador campeão anos depois. Como grande mestre Carlos Gracie sempre ensinou: ‘No Jiu-Jitsu não se perde, ou você ganha ou você aprende’”, ensina Bráulio, que, já com a faixa-preta na cintura, passou a saborear muitas glórias como consequência de sua inabalável persistência.
Na foto acima, Estima (também conhecido pela alcunha “Carcará”) recorre à guarda fechada para vencer o impávido Delson Heleno, o Pé de Chumbo, na final da categoria meio-pesado do Mundial 2006, a última edição do evento realizada no Rio de Janeiro, no ginásio do Tijuca Tênis Clube.
“Sempre adotei o tema ‘devagar e sempre’, mas sempre pra frente”, analisa Bráulio, revelando mais uma ótima dica aos leitores da GRACIEMAG. “Acredito que quando o lutador aponta objetivos mais alcançáveis, ele se mantém o tempo todo motivado e combate a frustração. Há muitas metas a buscar: perder peso, aprender a não ser amassado, aprender a se defender, afiar determinado golpe, vencer um colega de treinos… Se eu fico martelando na minha cabeça objetivos como, por exemplo, ser o próximo campeão do UFC, a coisa está tão distante e traz tanta pressão que não chego nem no próximo degrau.”