Ainda na sexta-feira, segundo dia do Mundial, a Pirâmide recebeu os faixas-azuis e roxas, entre eles Angélica Galvão, esposa de André. Se o maridão preferiu ficar ausente das disputas, ela decidiu lutar após cinco anos sem competir, durante os quais curtiu o prazer de ser mamãe. Com um abdome de aço, a faixa-roxa peso leve venceu quatro lutas e conquistou o ouro numa categoria acirrada.
Na final contra Cathilee Albert-Zingano, Angélica brilhou com um triângulo invertido com mão-de-vaca, isso em menos de um minuto de combate. Foi o primeiro ouro mundial da esposa casca-grossa.
“Voltei a treinar em novembro, mas o André tem oito ouros em Mundiais, e me ajudou a chegar ao topo aqui”, disse. Já André lembrou que os créditos também vão para o camp de Leticia Ribeiro na Califa, que deixou a esposa totalmente condicionada para as batalhas.
“Na primeira luta bateu a adrenalina e quase me atrapalhou, mas depois encontrei meu ritmo e deu tudo certo”, ela lembra.
Angélica pensava que jamais retornaria, após cinco anos de gravidez e dedicação à filhota. Mas ela começou a ajudar André na academia em San Diego e bateu a vontade de voltar a treinar. Depois de apenas sete meses, mas bem focados, ela se inscreveu para o Mundial e voltou com o ouro para casa.
“É um sonho para todos nós”, reflete André. “Ela sempre me apoiou tanto, e hoje eu pude ajudá-la com seu Jiu-Jitsu”. De fato, um episódio raro – um faixa-preta campeão mundial com uma esposa faixa-roxa campeã mundial.