As finais das divisões da faixa-preta do Mundial de Jiu-Jitsu 2016 começaram, pontualmente, às 19h30 do domingo, 5 de junho, na Pirâmide de Long Beach, na Califórnia.
Primeiro foram as damas, como manda a elegância.
Confira quem se deu bem nas finais!
Galo: Rikako Yuasa finalizou Outi Järvilehto no estrangulamento
A pequena Rikako, da tradicional escola japonesa Paraestra, repassou o programa de Jiu-Jitsu na Pirâmide, abrindo 14 a 4 contra a lourinha finlandesa Outi, e depois finalizando nas costas, no arco e flecha.
Pluma: Gezary Matuda finalizou Kristina Barlaan no ataque duplo
Gezary Matuda (ATT) é professora da filha de Vitor Belfort e amiga de Anderson Silva, e também uma inspiração para os fortões do UFC. Em seu tricampeonato mundial na faixa-preta, ela começou raspando a incansável Kristina Barlaan e, com o 2 a 0, ficou por cima. No finzinho, ao ver o espaço, atacou com um ataque duplo interessante, na chave de braço com lapela enrolando o pescoço, restando 3 segundos no cronômetro. Coisa fina!
Pena: Mackenzie Dern finalizou Michelle Nicolini no estrangulamento com omoplata
Era a revanche do ano passado, na qual Mackenzie Dern (Gracie Humaitá) fora obrigada a virar a luta e finalizar Nicolini pelas costas num desfecho eletrizante. Este ano, foi quase tão boa. As duas craques começaram numa troca de raspagens que parecia que ia durar para sempre. Até que, num descuido de Nicolini, Mackenzie capturou seu braço numa chave omoplata, e catou a gola para estrangular. Como se estivesse crucificada, Nicolini resistiu deitada em cima de Mackenzie, mas não deu: a filha de Megaton encaixou o estrangulamento e finalizou, aos 7min de luta. A emoção e as lágrimas não foram apenas da campeã, já que Michelle Nicolini desamarrou sua faixa-preta e deixou no ringue, num gesto que confirmou sua aposentadoria do Jiu-Jitsu após carreira brilhante. Ela agora vai tentar focar na carreira de luvinhas. Parabéns a ela e a Mackenzie, agora bicampeã mundial na preta.
Leve: Beatriz Mesquita venceu Sarah Black por 7 a 0
Guardeira extremamente técnica, Bia Mesquita (Gracie Humaitá) conquistou mais um ouro para a coleção ao raspar Sarah Black (GD) duas vezes, uma aos 6min de luta, outra no finzinho, quando já caiu por cima passando, suavemente. Pareceu estar poupando energia para a final do absoluto. Foi o quinto ouro de Bia no peso.
Médio: Monique Elias venceu Luiza Monteiro na decisão unânime (10 a 10)
A luta, que terminou 10 a 10, começou desenrolando-se numa clássica troca de raspagens da guarda 50/50, mas foi mais que isso. Aos 8min, Monique Elias ficou por um fio de cabelo de passar a guarda de Luiza Monteiro, que repôs valentemente. Nos últimos segundos, Luiza raspou e empatou. Mas a quase passagem de Monique convenceu os três árbitros na hora da decisão, unânime. Primeiro título mundial da professora da Alliance, esposa do bicampeão mundial Mário Reis. Casal de ouro.
Meio-pesado: Andresa Correa venceu Sijara Eubanks por 10 a 0
Sijara Eubanks começou cheia de ímpeto, bombardeando a guarda de Andresa. Mas a estrela da Alliance pôs a luta nos trilhos, caiu por cima abrindo 2 a 0, foi para as costas antes dos 3min e abriu 10 a 0. Tudo antes da metade da luta. Os cinco minutos finais foram somente administrados. Mais um ouro para a lutadora mais consistente do ano, que ganhou o Europeu, Pan, Brasileiro e agora o Mundial de Jiu-Jitsu da IBJJF.
Pesado: Fernanda Mazzelli venceu Alison Tremblay na decisão (2 a 2)
A brasileira professora da Striker jogou fazendo guarda contra a dura canadense Alison, ex-jogadora de hóquei. A tática começou dando certo, já que com 7min, Fernanda concretizou a raspagem e abriu 2 a 0. Alison arriscou no último minuto uma kimura e raspou. Na escolha dos árbitros, deu Fernanda por decisão unânime. Mazzelli tornou-se tri mundial na faixa-preta.
Superpesado: Dominyka Obelenyte goleou Venla Luukkonen por 33 a 0
Na disputa Lituânia x Finlândia, as longas tranças de Dominyka prevaleceram. A aluna prodígio de Marcelo Garcia na Alliance Nova York raspou rápido, fez bonita transição para as costas e abriu 18 a 0, numa incansável blitz nas costas (e especialmente no pescoço) da finlandesa Venla. Que, apesar do rosto vermelho pelo esforço, escapou de todos os botes até o fim. Dominyka não parou, e por fim montou, tentou o Ezequiel e fechou em 33 a 0, um recorde nas finais deste Mundial 2016 – e quiçá nos 21 Mundiais até aqui, e nos 21 por vir.