No dia 12 de julho, há um mês portanto, você leu aqui no GRACIEMAG.com que estava em andamento uma negociação capaz de dar uma sacudida no esporte.
Rubens Cobrinha e Rafael Mendes foram convidados por um grupo de investidores, o faixa-marrom Bray Deavours à frente, para uma luta sem tempo, até a finalização, com uma bolsa de 10 mil dólares somente para o vencedor.
No dia 14, Cobrinha aceitou a proposta via GRACIEMAG.com. No dia 15, porém, Rafa entrou em contato e defendeu maior valorização aos lutadores, indicando que a bolsa estava aquém do desejado.
Para dar um fim à novela, ou pelo menos informar aos leitores as cenas do próximo capítulo, o GRACIEMAG.com entrou em contato com Bray, que tem dividido seu tempo na academia com a atividade full-time de papai. Nada disso impede o americano de continuar sonhando com o projeto de ver uma luta sem tempo entre dois astros de alto quilate.
Com Royler no lugar de Mendes, talvez? Passamos a pergunta para o porta-voz do grupo de investidores do projeto. Confira!
Bray, vocês trabalham com um Plano B para o lugar de Mendes nessa luta sem tempo? Já surgiu até a ideia nos comentários do GRACIEMAG.com de convidarem Royler Gracie, o que acharam?
Conversei com alguns dos demais idealizadores do projeto, e o interesse de ver esse formato acontecer continua. Nós temos conversado sobre o assunto, mas todos nós temos nossos empregos e falta tempo para nos reunirmos e batermos martelo em quem seriam os lutadores escolhidos, no meio de tantas lutas com apelo que podemos ter. Kron x Serginho, Marcelinho x Popovitch, Kayron x Tererê e algumas outras foram ventiladas, mas nada concreto. Cada um de nós está pensando aqui, mas adoraríamos sugestões de fora, e o GRACIEMAG.com pode ajudar nisso. O agente de Cobrinha disse que adorou a ideia e topa enfrentar qualquer oponente. Como fã, eu adoraria ver Royler competindo, mas não sei se consigo levantar dinheiro suficiente para fazê-lo retornar da aposentadoria. Mas nunca se sabe, se a oportunidade aparecer, pode acontecer.
Conversamos aqui e outras ideias surgiram, como Kron x Serginho, Marcelinho x Popovitch, Kayron x Tererê entre outras” Bray Deavours
Após a recusa de Mendes, vocês pensam em mudar o formato da bolsa, com alguma grana para o perdedor, ou mesmo a quantia?
Há muita conversa em tudo que é lugar sobre mudarmos o formato, e estamos abertos a tudo para ver esse tipo de luta acontecer. No momento, não vemos a soma subindo muito porque é um tipo de conceito de luta de Jiu-Jitsu que ainda não foi testado. Andrew Smith do US Grappling organizou alguns torneios até pegar e parece ter sido um sucesso entre competidores, mas precisamos ver como funciona com lutadores profissionais antes de estabelecer um valor maior.
Eu gostei da idéia de o vencedor levar tudo, mas provavelmente é mesmo melhor oferecer uma bolsa inicial e outra maior para o vencedor. Dessa forma os atletas não sairiam de mãos vazias após todo o treino que eles vão ter. É de fato o modo mais justo de oferecermos uma luta entre dois atletas de calibre mundial, dessa forma fica mais interessante para eles também.
Quem afinal forma esse grupo de investidores nos Estados Unidos. O que você, por exemplo, faz da vida?
Eu sou o responsável pela ideia. Isso habita minha mente por algum tempo já, mas eu nunca havia feito nada sobre isso. Durante o Pan, contatei outros homens de negócio que treinam comigo, apresentei a ideia e alguns deles toparam botar dinheiro no negócio. Pessoalmente, eu trabalhava no setor imobiliário mas precisei me reinventar um pouco ultimamente, estou procurando outras oportunidades enquanto toco alguns negócios pequenos e pesquiso para meu doutorado. No fim, espero que esse formato de luta até pegar decole e todo mundo, mas especialmente os atletas, consigam fazer um pouco mais de dinheiro lutando Jiu-Jitsu.
Você ainda acredita na realização da luta sem tempo entre Cobrinha e o Rafael?
Nesse exato momento eu não vejo essa luta acontecendo. Eu sei que nossos heróis ganham a vida ensinando e fazendo seminários pelo mundo, não queremos interferir nisso de modo algum. Ao mesmo tempo, é um dinheiro bom para apenas uma luta, algo que não existe por aí.
Li na internet algumas declarações de professores renomados pedindo bolsas maiores para os atletas, caso contrário esse formato não iria para a frente. O problema, no entanto, é que ninguém (nem quem critica nem quem apoia) fala que soma de dinheiro é essa. Até alguém dizer qual seria essa soma justa, não podemos trabalhar nosso modelo de negócios em torno dessa luta para checar sua viabilidade.