Homem na capa da GRACIEMAG #280, Marcus Buchecha buscou novos caminhos no esporte. Depois de conquistar trezes títulos no Mundial da IBJJF, dois títulos no ADCC e inúmeras outras vitórias na luta agarrada, Buchecha migrou para o MMA, e sua estreia vitoriosa trouxe lições valiosas para o nosso leitor.
Após trocar o kimono pelas luvinhas, Buchecha conversou com GRACIEMAG e falou sobre seu início no MMA, seus treinos na American Top Team e a luta contra Anderson “Braddock” Silva no One Championship, duelo que foi capa da nossa edição #280. Confira nas linhas abaixo!
GRACIEMAG: Você comentou que se sentiu um faixa-branca no início (dos treinamentos), que perdia posição nas costas e outros deslizes que não eram comuns. Como fez para transformar essa angústia em motivação para evoluir?
MARCUS BUCHECHA: Foi bem frustrante no começo. No Jiu-Jitsu, quando eu alcançava as costas, raramente perdia, é uma das minhas posições mais fortes. Já no MMA, como estou treinando com caras muito bons e experientes, eles defendem muito bem essa posição e fui forçado a mudar a minha abordagem. Apesar dessa frustração, tinha consciência de que, por serem esportes diferentes, não havia como transferir toda a minha experiência do Jiu-Jitsu pro MMA. Entendi que se tratava de um novo começo e essa compreensão me ajudou a manter a calma durante os meus primeiros passos nas artes marciais mistas. Já aprendi e melhorei muito, mas sigo evoluindo todos os dias. A transição foi um processo difícil, mas muito bom.
Qual foi o ensinamento chave que fez seu jogo encaixar novamente?
Por ainda ser praticamente um novato no esporte, acho difícil apontar um ensinamento específico. O que sinto que realmente fez a diferença foi estar ao lado de pessoas que têm o mesmo objetivo que eu. Esse foi um ponto que ajudou muito durante minha carreira no Jiu-Jitsu, meus colegas da Checkmat sempre almejaram ser campeões mundiais e isso contribuía na hora do treino. Hoje, na American Top Team, o clima é o mesmo e, além disso, estou treinando bastante. No Jiu-Jitsu, por ser mais experiente, conseguia treinar um pouco menos porque já sabia como e o que treinar. No MMA é diferente, voltei a treinar pesado duas vezes por dia. Estou acumulando bastante tempo de tatame para me adaptar ao esporte.
O que chama sua atenção nos treinos na American Top Team?
Lá na ATT, encontrei um monte de pesos pesados treinando juntos ao mesmo tempo, coisa rara. Vi que era o local certo para mim. Só feras, caras como o Marcelo Golm, Marcos Rogério “Pezão”, Said Sowa, Jairzinho Rosentruik e o Cara de Sapato, entre outros amigos. Não vejo a hora de continuar a aprender com eles, com o Katel, o Léo Vieira, Steve Mocco no wrestling e meu preparador Diego Lacerda. O Conan Silveira, o treinador-chefe da ATT cuida bem de tudo.
Na luta contra Anderson “Braddock”, o plano inicial era o norte-sul e joelhadas?
Na verdade, não. Meu objetivo era usar o Jiu-Jitsu, que é a minha arma mais forte. Quando estava na montada, senti que ele estava muito forte, me impedindo de bater ou criar distância suficiente para tentar uma finalização. Diante daquela situação, escolhi a posição norte-sul porque vi que seria mais difícil para ele me segurar. Eu não queria levar aquela luta para o segundo round pois estaria em risco, então recorri a essa estratégia para garantir a vitória.