O Ultimate Fighting Championship comprou o Strikeforce e, assim como fez com Pride e WEC, trouxe para o poderio da Zuffa mais um concorrente que poderia ameaçar o domínio. O empreendimento, que ainda deve ser melhor detalhado, influi no mercado e, principalmente, no futuro dos lutadores. Parte deles, pois mantinham contrato com o Strikeforce, e outra grande parcela que deixa de ter uma boa opção na hora de negociar emprego, ainda mais com a decadência da modalidade no Japão.
GRACIEMAG.com ouviu a opinião de dois especialistas, Carlão Barreto, que é comentarista, produtor de eventos e ex-lutador; e Bebeo Duarte, ex-lutador e treinador de MMA que já rondou os maiores eventos mundiais.
“Para o que o UFC acabou se transformando neste esporte, mostra a solidez e sucesso da empresa. No MMA, uma empresa comprar a outra em ascensão e manter o controle mais a administração e estrutura mostra uma visão empresarial abrangente. É uma história de crescimento impressionante, então essa compra é positiva no aspecto que mostra a solidez do UFC e do crescimento do mercado MMA. Prova que eles têm um planejamento muito definido e alinhado que aposta no crescimento do esporte”, comenta Carlão.
“Por outro lado, existe um problema. Você poda a concorrência, e a concorrência sempre soma positivamente. Ela obriga à empresa melhorar o serviço, as condições de trabalho e a estudar mais o mercado que é trabalhado. Isso é muito importante. Nesse aspecto, é negativo, porque o UFC vai controlar o mercado. Os outros eventos são de médio e pequeno porte comparados à estrutura do Ultimate”, completa.
“Acho que não foi bom para o MMA, porque não acho legal só uma pessoa ser dona de tudo. Vai acontecer o mesmo que houve com o Pride. Alguns contratos devem ter que ser cumpridos, mas acredito que logo depois o evento acaba para não haver qualquer tipo de concorrência”, analisa Bebeo, que prossegue:
“Isso é ruim para os lutadores, acredito que muitos vão ser dispensados. O mercado está cada vez mais cercado e não acho legal para o esporte o monopólio.”
Carlão pensa que os atletas podem ser os mais prejudicados nesta fusão.
“As regras serão ditadas como eles quiserem. Podem, por exemplo, impor um teto salarial e isso ser prejudicial aos lutadores. As consequências dessa compra é um assunto que devemos nos aprofundar e espero os próximos acontecimentos, como o mercado vai se comportar, principalmente com os atletas, que são os artistas. É importante o UFC crescer, mas muito mais o MMA crescer”, encerra.