Fredinho Vidal é faixa-preta de Jiu-Jitsu há cinco anos, e treina há mais de dez com seu professor Rodrigo Comprido.
Mas ele teve seu maior desafio na semana passada, na Holanda. Fred decidiu correr 24 horas sem parar, no frio. Contundiu-se durante os treinos, pegou uma gripe, chegou a dizer verbalmente que iria desistir, mas continuou. E chegou ao pódio.
A aventura começou em Londres, onde o frio implacável o impediu de treinar ao ar livre. Ao optar pela esteira, o corpo estranhou e sua perna esquerda inflamou. Depois de fazer apenas natação e musculação, e tomar muito antiinflamatório, o faixa-preta contraiu a tal gripe.
A partir daí… Bem, ele mesmo conta:
“Na semana da prova, chamada Ultralopen Steenbergen 24 horas, dei dois trotezinhos na esteira, de 10km cada um, e pensei: seja lá o que Deus quiser.
“Eu pensava no investimento financeiro, no fato de ser a minha primeira prova na modalidade 24 horas, no bom treinamento de base feito ainda no Brasil, elaborado pela minha treinadora Dra. Geovana Coiceiro.
“Mesmo diante desse quadro, lá fui eu, acompanhado da Patricia, minha mulher, rumo à Steembergen, uma cidadezinha no interior da Holanda.
“O evento começou a 8ºC e durante o primeiro dia chovia e ventava muito, abaixando ainda mais a sensação térmica. Com menos de 30km de prova, o fantasma da desistência já assombrava a minha mente, uma vez que a temperatura estava quase que insuportável e o meu corpo completamente contraído, cheio de dores.
“Nesse momento falei para a Patricia: ‘Até os mais fortes e famosos ultramarotonistas desistem, por que eu não posso desistir?’ Minha mulher me respondeu com um profundo silêncio (não sei de devido ao frio… à situação…) e isso me fez não desistir da prova.
“Aos poucos fui trabalhando a minha cabeça e durante a madrugada, mesmo com a temperatura muito baixa, fui melhorando o meu desempenho. Comecei a ganhar colocação até que cheguei ao terceiro lugar, faltando ainda oito horas para o término da prova. A partir de então, minha única preocupação era em relação ao atleta holandês que estava na minha cola. Graças a Deus, me mantive nessa posição, finalizando a prova com um total de 193km percorridos, assegurando a terceira colocação no pódium. Estou muito feliz por ter superado todas as dificuldades”.