Faixa-preta de Jiu-Jitsu e ex-lutador do UFC e do Pride, o cearense Marcus Aurélio “Maximus” (22v, 10d) foi aluno de mestre Francisco Sá, que nos deixou nessa terça-feira, em Fortaleza. O casca-grossa de 40 anos, que homenageou o professor em sua última luta no MMA, no ano passado no Ceará, bateu um papo sobre o saudoso patriarca do clã Sá.
GRACIEMAG: Para você, qual o legado que mestre Sá deixa?
Tenho grandes e boas lembranças do mestre Sá. Meu pai, que era grande amigo dele, me levou para treinar quando eu tinha 8 anos. Mestre Sá me recebeu de braços abertos, como se estivesse recebendo um filho. Sempre me tratou como um filho. As aulas com ele sempre foram bastante duras e proveitosas, como um bom treino para a vida. Ele sempre teve uma técnica muito refinada, que agora continua com seus alunos e filhos.
Qual era o maior mérito dele como professor?
O principal mérito dele era o compromisso e o profissionalismo com o Jiu-Jitsu. Ele sempre estava presente ministrando todas as aulas, e garantindo que todos dentro do treino estavam realmente desenvolvendo e aprendendo o verdadeiro Jiu-Jitsu. Mestre Sá era um apaixonado pelo que fazia, amava a arte suave.
Que momentos especiais você guarda na memória?
Tive momentos maravilhosos que tive ao lado do mestre, mas o mais marcante foi quando, com 9 anos de idade, comecei a lutar os torneios internos da academia. Eu era inseguro, tinha muito medo de lutar, mas ele chegava e conversava comigo, dizia que eu era o melhor garoto que ele tinha, que tinha muita técnica, e sangue de campeão. Tudo isso me fazia virar um leão. Eu acabava competindo e ganhando de todos. Esses momentos vão ficar marcados para sempre na minha memória. Sei que hoje é um dia triste para quem fica aqui, mas tenho certeza que o Céu está em festa com a chegada do querido mestre Sá. Descanse em paz, meu grande mestre.
Relembre o mestre graduando seu filho, Guybson Sá: