GMI: As lições de Marco Réss ao trilhar seu caminho no Jiu-Jitsu

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Mestre Carlos Gracie Jr. com o professor Marco Réss. Foto: Reprodução

Texto: Marco Réss

Comecei a treinar Jiu-Jitsu em 1991, em São Paulo, com o saudoso Marcelo Behring. O que despertou meu interesse foi um evento de vale-tudo na capital paulista, no qual atletas do Jiu-Jitsu enfrentaram lutadores de Full Contact e Kung Fu. Lembro da facilidade com que o Jiu-Jitsu dominou todos os combates e aquilo me impressionou no mesmo instante.

Logo no início da minha trajetória tive uma dificuldade: o endereço da Behring Jiu-Jitsu mudou assim que o mestre Flávio Behring, que me graduou à faixa-azul, assumiu o comando do time, fato que me impossibilitou de continuar treinando lá. Passei a treinar na Companhia Paulista com o professor Rich Kowarick e fiquei lá até a faixa-marrom.

Antes do Jiu-Jitsu, pratiquei karatê por 10 anos e o judô por 4 anos. O judô pratiquei como uma forma de complemento ao Jiu-Jitsu. As competições sempre estiveram muito presentes em minha vida, mas até a faixa-marrom eram em menor número, as principais só aconteciam no Rio de Janeiro e, na época, o Jiu-Jitsu ainda era muito amador. Já da faixa-roxa em diante começaram a aparecer mais competições e tudo foi ficando mais profissional.

* Entre para o time GMI! *

Em 1998 me mudei para o interior de São Paulo e, como o Jiu-Jitsu não era muito difundido, tive que procurar bastante até achar algum lugar para treinar. Treinei por um tempo com o mestre Orlando Saraiva, que é responsável por minha breve passagem pelo vale-tudo, mas a distância, um empecilho constante na minha vida de atleta, me levou a mudar de rumo novamente.

Em 2001, passei a treinar em Poços de Caldas, no estado de Minas Gerais, e recebi a faixa-preta no ano seguinte pelas mãos do professor Paulo Resende. As boas lembranças desse período podem não parecer, mas estão ligadas diretamente ao Jiu-Jitsu. Foi quando me casei e vieram os filhos. Minha esposa sempre foi o meu porto seguro e é diretamente responsável pelo nosso sucesso profissional, por ajudar e incentivar que a família permanecesse na arte suave. Com esse suporte imprescindível, minha vida de atleta ficou mais fácil e foi nesse período que ganhei minhas mais importantes competições. Foram vários Campeonatos Brasileiros, Internacionais de Masters e uma prata valiosa no Pan da IBJJF, além de Estaduais clássicos da FPJJ, vitórias na NABJJ e em outras federações.

Um fato muito comum nessa época para vários lutadores é que tínhamos que ser atletas e professores ao mesmo tempo. Isso funcionou bem para mim pois sempre utilizei minhas experiências como lutador para incrementar o repertório como professor. Um ponto que aprendi como atleta, e que sempre falo aos meus alunos, é que seja qual for seu objetivo na vida, a dedicação, abnegação e o comprometimento são fatores indispensáveis para o sucesso. Isso me possibilitou vencer com o Jiu-Jitsu e ainda formar muitos bons atletas.

Em 2021, completei 16 anos de Gracie Barra. Ser recebido na GB foi um divisor de águas para mim, pois a visão do mestre Carlinhos de levar o Jiu-Jitsu a todos ampliou muito minha percepção sobre o ensino da arte suave. Passei a contemplar um Jiu-Jitsu mais completo e que considera a defesa pessoal uma parte tão importante quanto qualquer outra, atraindo mais pessoas para a prática. Hoje, trabalhamos em conjunto com todas as escolas GB ao redor do mundo. Tudo na mesma sintonia e nos levando, através do Jiu-Jitsu, a um mundo melhor. Já a formação de atletas é fruto deste trabalho, feito sempre buscando a excelência.

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