Em artigo publicado na última quinta-feira, 16 abril, no jornal “O Globo”, o governador do estado do Rio de Janeiro Luís Fernando Pezão abordou e fez um balanço sobre os quase sete anos da implementação das Unidades de Polícia Pacificadora. Em meio a uma série de críticas, Pezão admitiu que existem falhas e que elas serão corrigidas, e fez questão de ressaltar as melhorias e as ferramentas utilizadas para tal. E uma dessas ferramentas são as artes marciais.
O governador exalta a “Geração UPP”, projeto social idealizado em parceria com a Legião da Boa Vontade (LBV)/Super Rádio Brasil, Prime Esportes, Boomboxe e Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Rio, que levam estrutura e aulas de Jiu-Jitsu, judô e karatê através de policiais graduados a moradores de comunidades pacificadas e algumas não pacificadas. No artigo, a ação é usada como exemplo por Luís Fernando Pezão: “Na Providência, os policiais montaram uma academia de artes marciais para os jovens, que já conquistou mais de mil medalhas”, diz o governante, se referindo às conquistas dos lutadores em competições por todo o Brasil.
Além da Providência, mais de 30 outras localidades contam com os projetos de artes marciais da “Geração UPP”, onde cerca de 4 mil pessoas são atendidas diariamente, não apenas com o ensinamento de golpes de Jiu-Jitsu ou karatê, mas também com palestras de cidadania e incentivo ao estudo. Inclusive, para incentivar ainda mais os alunos, personalidades do mundo da luta visitam frequentemente e apadrinham as unidades, caso de Rodrigo Minotauro, Rogério Minotouro, Ricardo Arona, Murilo Bustamante, Paulo Thiago, Charles Do Bronx’s, Ramon Lemos, Alan Nuguette e Rafael Feijão.
No dia 2 de maio, o número de medalhas conquistadas pela “Geração UPP” tem tudo para aumentar. Liderada pelo soldado da polícia militar Christian Ribeiro, uma seleção com 80 alunos de várias comunidades atendidas está sendo montada para disputar o Campeonato Brasileiro de Jiu-Jitsu, organizado pela Confederação Brasileira da modalidade, que acontece em Barueri, em São Paulo.
Graças à educação, artes marciais e cultura
À revista “Época”, a pesquisadora Silvia Ramos estima que a pacificação tenha salvado 9 mil vidas nas comunidades cariocas. Já uma pesquisa do instituto Data Popular aponta que três entre quatro moradores desejam a pacificação de sua comunidade. De 2010 a 2012, as notas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) dos alunos de escolas em regiões pacificadas do Rio cresceram em torno de 40%. Os números não são resultado apenas da força policial, mas também dos 160 projetos culturais e sociais que atendem 264 localidades.